China retira embaixador na Lituânia, após aproximação de Taiwan ao país

A China anunciou na terça-feira a retirada do seu embaixador na Lituânia, após o país báltico ter dado luz verde para acolher um escritório de representação de Taiwan, território que Pequim considera como uma das suas províncias.

Indústria manufatureira da China recua pelo quinto mês consecutivo

© iStock

Lusa
11/08/2021 06:23 ‧ 11/08/2021 por Lusa

Mundo

China

 

A abertura de uma representação de Taiwan numa capital europeia é a primeira em 18 anos, de acordo com a agência AFP.

A decisão da Lituânia é vista por parte de Pequim como uma provocação, principalmente porque esta representação terá como nome 'Escritório de Representação de Taiwan', ao invés de Taipé, o nome da capital da ilha.

Este território insular, que tem as suas próprias moeda, bandeira, exército, diplomacia e Governo, está politicamente separado da República Popular da China desde o fim da guerra civil chinesa em 1949.

Taiwan, que tem 23 milhões de habitantes e um sistema político democrático, é no entanto formalmente reconhecido como um Estado apenas por um conjunto pequeno de nações.

Já Pequim considera a ilha como parte do seu território.

No seguimento da decisão da Lituânia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China anunciou na terça-feira a retirada do seu embaixador no país báltico, criticando a iniciativa que "viola descaradamente" as regras básicas das relações diplomáticas entre as duas nações.

Pequim ordenou ainda que Vílnius, que já manifestou "pesar" por esta decisão, chamasse de volta o seu embaixador na China.

"Embora respeitando a posição da China, [a Lituânia] está determinada em desenvolver relações mutuamente benéficas com Taiwan", sublinhou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Lituânia em comunicado.

A embaixadora da Lituânia na China, Diana Mickeviciene, tinha referido à agência AFP em julho que a Lituânia pretendia desenvolver uma cooperação com Taiwan em "muitas áreas de interesse comum".

E esclareceu que o seu país não reconhece a independência de Taiwan.

A Lituânia, que faz fronteira com a Rússia, anunciou em maio que ia abandonar o grupo designado "17+1", constituído pela China e pelos países da Europa Central e Oriental, por considerar este "um fator de divisão entre europeus".

A nação báltica, que pertenceu à antiga União Soviética, comprometeu-se desde então a fornecer a Taiwan 20 mil vacinas contra a covid-19.

Um porta-voz da União Europeia (UE) disse na terça-feira que a decisão da China era "deplorável", salientando que é a primeira vez que Pequim chama de volta um embaixador num estado-membro da UE.

"Reconhecemos o Governo de Pequim como o único Governo da China, mas, ao mesmo tempo, temos interesse em desenvolver relações mais intensas com Taiwan. Portanto, a UE mantém em Taipei um Escritório Europeu para a Economia e o Comércio", salientou ainda, em declarações à AFP.

"Não consideramos a abertura de um 'escritório de representação' de Taiwan [num país da UE] ou em Taiwan [por uma capital europeia], uma oposição a um consulado ou embaixada", acrescentou.

Leia Também: China convoca embaixador para consultas sobre relações com Taiwan

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas