Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 13º MÁX 24º

Sanções contra oposição na Nicarágua "minam" campanha eleitoral

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, advertiu que as sanções à oposição aplicadas pelas autoridades da Nicarágua comprometem a credibilidade da campanha eleitoral para as próximas eleições presidenciais, em novembro.

Sanções contra oposição na Nicarágua "minam" campanha eleitoral
Notícias ao Minuto

06:13 - 11/08/21 por Lusa

Mundo Nicarágua

"Estes acontecimentos minam seriamente a confiança do público no processo democrático antes das eleições de novembro", disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em conferência de imprensa na terça-feira.

De acordo com Dujarric, o líder das Nações Unidas "apela às autoridades para que respeitem plenamente as obrigações dos direitos humanos da Nicarágua, que libertem imediatamente os líderes políticos e restaurem os seus direitos políticos".

"O secretário-geral reitera o seu apelo a um processo político de base amplificada em todo o espetro, para um método eleitoral credível e inclusivo em novembro", acrescentou.

As Nações Unidas reagiram assim às últimas decisões das autoridades do país centro-americano, como o cancelamento da personalidade jurídica da coligação da oposição Ciudadanos por la Libertad (CxL) pelo Conselho Supremo Eleitoral (CSE).

No atual processo eleitoral, as autoridades nicaraguenses prenderam mais de 30 líderes da oposição, incluindo sete candidatos presidenciais.

O CSE também cancelou a personalidade jurídica de três partidos políticos e o parlamento, onde o partido no poder tem maioria absoluta, reformulou a Lei Eleitoral, estabelecendo um maior controlo sobre a estrutura eleitoral a favor dos apoiantes da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).

Na segunda-feira, o antigo diplomata nicaraguense Mauricio Diaz foi detido, informou a polícia, elevando para 32 o número de opositores do Presidente, Daniel Ortega, a serem detidos a menos de três meses das eleições presidenciais.

"Mauricio Jose Diaz, que está sob investigação por atos contra a soberania e autodeterminação e por incitar à interferência estrangeira nos assuntos internos, foi detido", disse a polícia num comunicado.

Segundo o seu partido de oposição de direita, CxL, Diaz foi detido ao sair do Ministério Público, onde tinha sido interrogado na segunda-feira como parte das investigações levadas a cabo pelas autoridades desde maio contra vários opositores e jornalistas críticos do Governo.

Diaz, antigo embaixador da Nicarágua na Organização dos Estados Americanos (OEA) e na Costa Rica, foi porta-voz do CxL, partido que na sexta-feira foi proibido de concorrer às eleições presidenciais de 07 de novembro.

Daniel Ortega, que procura um quarto mandato consecutivo no cargo, é acusado de 'varrer' a opoisição no período que antecede a votação.

Entre os 32 opositores detidos encontram-se sete potenciais candidatos.

A repressão começou a 02 de junho com a detenção sob prisão domiciliária de Cristiana Chamorro, a rival mais credível do casal presidencial, filha de Violeta Chamorro, que ganhou a Daniel Ortega nas urnas em 1990 e foi Presidente até 1997.

O Governo afirmou que os opositores detidos são "mercenários" pagos pelos Estados Unidos para tentar derrubar Ortega.

Os Estados Unidos disseram no sábado que as eleições de 07 de novembro tinham "perdido toda a credibilidade".

Washington e a União Europeia sancionaram o Governo de Ortega face à repressão contra os opositores, desde que os protestos antigovernamentais eclodiram em 2018.

Leia Também: Ex-diplomata é o 32.º opositor do Presidente da Nicarágua detido

Recomendados para si

;
Campo obrigatório