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Maputo e Kigali ocupam posições dos rebeldes em Mocímboa da Praia

Uma operação conjunta entre as forças moçambicanas e ruandesas resultou na ocupação das principais posições dos grupos armados ao redor da vila de Mocímboa da Praia, "quartel-general" dos insurgentes, disseram hoje à Lusa várias fontes.

Maputo e Kigali ocupam posições dos rebeldes em Mocímboa da Praia
Notícias ao Minuto

20:59 - 03/08/21 por Lusa

Mundo Ataques Moçambique

Mocímboa da Praia, onde foi registado o primeiro ataque dos grupos insurgentes em outubro de 2017, encontra-se cercada pela força conjunta e poderá ser recuperada, "a qualquer altura", referiu uma fonte ligada ao Exército moçambicano.

A força conjunta ocupou as posições dos insurgentes em Awasse e Diaca, em Mocímboa da Praia, tendo apreendido diverso material bélico dos rebeldes e abatido vários membros dos grupos armados, disse à Lusa outra fonte, ligada ao Ministério da Defesa de Moçambique, que acrescentou que as operações contam com o apoio da aviação militar.

Após as operações da força conjunta, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique visitou a localidade de Awasse, onde garantiu que a intenção é permanecer nos pontos ocupados.

"A tendência é de melhorar cada vez mais naqueles pontos onde as Forças de Defesa e Segurança, em conjunto com as forças ruandesas, estão a conquistar", declarou à comunicação social Bernardino Rafael, avançando que os terroristas em Mocímboa da Praia vandalizaram várias infraestruturas, com destaque para a rede elétrica.

A vila costeira de Mocímboa da Praia, por muitos apontada como a "base" dos insurgentes, é uma das principais do norte da província de Cabo Delgado, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

A vila tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março do ano passado, numa ação depois reivindicada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, e foi, em 27 e 28 de junho, palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos insurgentes, o que levou à fuga de parte considerável da população.

As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique contam, desde o início do mês, com o apoio de mil militares e polícias do Ruanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali.

Além do Ruanda, Moçambique terá apoio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), num mandato de uma "força conjunta em estado de alerta" aprovado em 23 de junho, numa cimeira extraordinária da organização em Maputo que debateu a violência armada naquela província, havendo militares de alguns países-membros já no terreno.

Não é publicamente conhecido o número de militares que a organização vai enviar a Moçambique, mas peritos da SADC, que estiveram em Cabo Delgado, já tinham avançado em abril que a missão deve ser composta por cerca de três mil soldados.

Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Na sequência dos ataques, há mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

Leia Também: Mais 21 óbitos e 1.429 casos em Moçambique

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