Justiça russa condena familiar de Navalny por organizar manifestações
A Justiça russa condenou hoje uma familiar do opositor ao regime russo Alexeï Navalny a uma pena de um ano e meio de liberdade condicional por ter organizado manifestações durante a pandemia de covid-19.
© Getty Images
Mundo Alexei Navalny
Lioubov Sobol foi acusada de ter organizado manifestações de apoio a Alexeï Navalny em janeiro, quando o opositor do Kremlin foi preso ao regressar à Rússia, depois de alguns meses na Alemanha a recuperar de um envenenamento alegadamente ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
De acordo com uma mensagem divulgada hoje na rede social Twitter pelo seu advogado, Vladimir Voronin, a familiar de Navalny foi considerada culpada por um tribunal de Moscovo por "incitamento à violação das regras sanitárias" associadas ao combate à pandemia, uma das quais referia a proibição de reuniões.
Sobol está agora proibida de sair de casa à noite, de deixar Moscovo e de participar em eventos públicos.
Pouco antes da decisão, Lioubov Sobol explicou, no Twitter, que tinha sido expulsa do tribunal por ter filmado a leitura da sentença pelo juiz.
"Um ano e meio de restrição de liberdade para um caso fictício sem vítimas. Este caso tem como objetivo mantê-la longe da política e dificultar o seu trabalho", reagiu, também na rede social Twitter, o porta-voz de Navalny, Kira Iarmych.
Esta é a primeira condenação no "caso da saúde" que visa vários parentes e colaboradores de Alexeï Navalny, incluindo o seu irmão Oleg, o seu porta-voz e o coordenador da sua equipa em Moscovo, Oleg Stepanov, e Anastassia Vassilieva, líder de um sindicato de médicos ligado a Navalny.
Todos são acusados de terem organizado os protestos de janeiro, que reuniram dezenas de milhares de russos nas ruas em protesto contra a detenção de Navalny.
Ativista anticorrupção e inimigo do Kremlin, Alexei Navalny está atualmente a cumprir uma pena de prisão de dois anos e meio por um caso de fraude que data de 2014.
As autoridades russas têm trabalhado nos últimos meses para desmantelar a sua rede de apoiantes, nomeadamente classificando as organizações em que participa como "extremistas" e bloqueando dezenas de sites vinculados às equipas que colaboram nessas organizações.
As eleições legislativas na Rússia estão marcadas para setembro.
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