Yellen exorta Congresso a subir limite da dívida
A secretária norte-americana do Tesouro, Janet Yellen, exortou hoje os congressistas a agirem "assim que possam" para elevar o limite da dívida, para que os EUA possam honrar os seus compromissos sem terem de cortar despesas.
© Reuters
Mundo EUA
"Exorto respeitosamente o Congresso a proteger a plena confiança e a credibilidade dos EUA, agindo assim que possa", escreveu Janet Yellen na sua carta dirigida aos congressistas, na sequência de o limite da dívida ter voltado a ser efetivo a partir de domingo, após dois anos de suspensão.
Para honrar os seus compromissos (pagar dívidas) e financiar as suas despesas, bem como as leis já aprovadas pelo Congresso, os EUA emitem títulos de dívida pública, que reembolsam quando chegam ao prazo final. Quando o limite da dívida é atingido, o país deixa de se poder financiar por empréstimos de terceiros e tem de usar os fundos disponíveis.
Yellen anunciou o recurso a "medidas extraordinárias", visando suspender algumas despesas, como já tinha comunicado aos congressistas, em correspondência de 23 de julho.
Mas, segundo alguns economistas, isto oferece um alívio de apenas algumas semanas, após o que os EUA ficarão incapazes de pagar as suas dívidas.
As medidas "vão permitir obter 350 mil milhões de dólares suplementares, mas prevemos que este montante esteja esgotado até ao final de setembro", calculou Nancy Vanden Houten, da Oxford Economics, em nota publicada hoje de manhã.
O tema é recorrente na vida política nos EUA. Desde 1960, o Congresso já agiu por 78 vezes para aumentar ou suspender o limite ao endividamento, detalhou o Departamento do Tesouro no seu sítio na internet.
O limite da dívida tinha sido suspenso em agosto de 2019, até 31 de julho de 2021, depois de um acordo entre a Casa Branca e o Congresso.
A dívida pública dos EUA ronda os 28,5 biliões (milhão de milhões) de dólares.
Um incumprimento dos EUA com o seu serviço de dívida provocaria um descalabro financeiro.
Em 2011, a Standard and Poor's provocou celeuma ao retirar aos EUA a sua notação máxima, o designado triplo A (AAA), que em princípio permite aceder ao crédito nos mercados internacionais a um custo melhor, no seguimento de um bloqueio político à subida do limite da dívida, que se arrastou por meses.
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