Primeiro grupo de colaboradores afegãos realocados chegou aos EUA
Um grupo de afegãos que trabalhava para as forças dos EUA no Afeganistão chegou a solo norte-americano, com as respetivas famílias, numa operação de realocação para os proteger de retaliações dos talibãs, informaram hoje as autoridades.
© iStock/NeilLockhart
Mundo Afeganistão
"Hoje é um marco importante, pois continuamos a cumprir a nossa promessa aos milhares de afegãos que serviram lado a lado com soldados e diplomatas americanos no Afeganistão nos últimos 20 anos", disse o Presidente dos EUA, Joe Biden, num comunicado hoje divulgado.
O primeiro voo transportou cerca de 200 pessoas e aterrou na noite de quinta-feira nos Estados Unidos, disse o encarregado de negócios americano no Afeganistão, Ross Wilson, referindo-se ao primeiro grupo de afegãos que colaboraram com as forças militares norte-americanas, que estão agora em fase final de retirada do terreno.
"Estas chegadas são apenas as primeiras antes de muitas outras. Estamos a trabalhar rapidamente" para proteger os afegãos que trabalharam para os Estados Unidos, explicou Biden.
Estes passageiros foram recebidos numa base militar para realizar exames médicos e concluir os procedimentos administrativos, antes de serem instalados no país, disse Russ Travers, funcionário do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
"Todos eles passaram por verificações de segurança rigorosas, conduzidas pelos serviços de informações, pelo Departamento de Estado e pelo Departamento de Segurança Interna", garantiu Travers.
No total, 2.500 afegãos que trabalharam para os Estados Unidos durante o conflito no Afeganistão, incluindo intérpretes para as Forças Armadas, solicitaram vistos especiais de imigração.
De acordo com algumas estimativas, cerca de 20.000 afegãos que trabalharam para as forças norte-americanas provavelmente se qualificarão para esse visto, o que pode aumentar o número de afegãos a serem retirados do país para 100.000, se forem incluidos os familiares.
Iniciada no início de maio, a retirada final de cerca de 10.000 soldados da NATO, incluindo 2.500 americanos, está quase completa, devendo ficar concluída até 31 de agosto, de acordo com Joe Biden.
Nas últimas semanas, perante o cenário de retirada das forças militares norte-americanas, e apesar das negociações com o Governo afegão, os talibãs lançaram diversos ataques e têm vindo a conquistar território, sobretudo nas áreas rurais.
As forças afegãs têm oferecido pouca resistência, antecipando um cenário em que os talibãs podem voltar a controlar grande parte do Afeganistão, que já governaram entre 1996 e 2001, quando uma coligação internacional liderada pelos EUA os retirou do poder, após a sua recusa em entregar Osama bin Laden, principal responsável pelos ataques terroristas de 11 de setembro.
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