Delegações da Rússia e dos EUA acordaram voltar a reunir-se em setembro
As delegações dos EUA e da Rússia, que se encontraram hoje em Genebra, acordaram voltar a reunir em final de setembro, para continuar a discutir a estabilidade estratégica entre os dois países.
© Alexander Natruskin/Reuters
Mundo EUA/Rússia
"As discussões em Genebra foram profissionais e substanciais", disse Ned Price, porta-voz da diplomacia norte-americana, num comunicado divulgado após o encontro que se realizou à porta fechada ao longo do dia.
O resumo feito pela diplomacia russa foi ainda mais sucinto e não fala sequer no novo encontro no final de setembro, mas refere-se ao "maior desenvolvimento da cooperação" entre os dois países.
Segundo os norte-americanos, enquanto se aguarda a nova reunião em setembro, as duas partes farão consultas informais para determinar "que assuntos serão tratados por grupos de especialistas nessa segunda sessão", explicou Price.
Os encontros para discutir a estabilidade estratégica foram uma ideia lançada pelos presidentes russo e norte-americano, Joe Biden e Vladimir Putin, respetivamente, durante a sua cimeira na mesma cidade de Genebra, na Suíça.
"A reunião de hoje marca o início deste diálogo com a Federação Russa. A delegação norte-americana discutiu as prioridades dos EUA, o ambiente de segurança atual, a perceção nacional de ameaças à estabilidade estratégica, as perspetivas para o controle de armas e o formato das futuras sessões de diálogo estratégico", disse o porta-voz do Departamento de Estado.
"Teve lugar uma discussão pormenorizada sobre a forma como as duas partes abordam a manutenção da estabilidade estratégica, o controle de armamento e os meios de reduzir os riscos", escreveu por seu lado o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia no comunicado.
Antes da reunião, ambos os lados tinham tido o cuidado de moderar as expectativas para este encontro de Genebra.
"Através deste diálogo, procuramos lançar as bases para futuras medidas de controlo de armas e de redução de riscos", explicou o Departamento de Estado ao anunciar o encontro.
Na terça-feira, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov, disse que a reunião deve servir para "lançar o processo e analisar em profundidade as diferenças, procurar áreas de trabalho comuns e ver onde há perspetivas" de progresso.
A reunião de hoje ocorre no meio de tensões em várias frentes entre as duas nações, com Washington a ameaçar Moscovo com ações se a Rússia não travar uma onda de ataques cibernéticos que os funcionários norte-americanos dizem ser em grande parte originários do seu território.
A Rússia nega a responsabilidade, mas Putin elogiou os esforços de Biden para tornar as relações mais previsíveis.
Mas, na terça-feira, o Presidente dos EUA atacou sem rodeios o seu homólogo russo e acusou Moscovo de mais uma vez trabalhar para influenciar as eleições norte-americanas da mesma forma que a campanha em 2016.
"Isto é uma violação flagrante da nossa soberania", acusou Biden, num discurso dirigido à comunidade dos serviços secretos.
Putin "tem um problema real, é o chefe de uma economia que tem armas nucleares e poços de petróleo e nada mais", disse Biden, acrescentando: "Isso torna-o ainda mais perigoso na minha opinião".
Na sua cimeira histórica de 16 de junho, Biden e Putin tinham insistido na necessidade de falarem um com o outro, sublinhando que mesmo no auge da Guerra Fria, Moscovo e Washington dialogavam para evitar o pior.
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