Angola. Fim do subsídio a combustíveis e programa do FMI só após eleições
A consultora Eurasia considerou hoje que o Governo de Angola deverá esperar pelas eleições legislativas e presidenciais do próximo ano para negociar um novo programa financeiro com o FMI e eliminar os subsídios aos combustíveis.
© Lusa
Mundo Angola
"Angola não deverá terminar com os subsídios aos combustíveis apesar de ser uma das principais reformas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) ao abrigo do programa de financiamento a três anos, que termina em dezembro", escrevem os analistas da consultora Eurasia.
Num comentário à evolução da economia angolana, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, esta consultora norte-americana escreve que a pressão política que o Governo liderado por João Lourenço enfrenta vai também fazer com que as negociações para um segundo programa com o FMI sejam adiadas para depois das eleições.
"A manutenção dos subsídios aos combustíveis apesar do programa do FMI demonstra a pressão política sobre o Governo, nas vésperas das eleições de 2022, com os principais partidos da oposição a ganharem terreno nos maiores bastiões governamentais", lê-se na nota.
No ano passado, Luanda gastou 950 milhões de dólares, cerca de 806 milhões de euros, em subsídios que tornam os combustíveis mais baratos para os consumidores, e só no primeiro trimestre deste ano esse valor foi de 264 milhões de dólares, equivalente a 224 milhões de euros, "colocando a despesa deste ano em subsídios numa trajetória mais elevada que no ano anterior", concluem os analistas.
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