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Etiópia: Pelo menos 20 civis morreram em ataques em Afar

Pelo menos 20 civis morreram e dezenas de milhares foram deslocados, na sequência de ataques violentos entre rebeldes e forças pró-governo etíope, na região de Afar, na fronteira com Tigre, no nordeste do país, informaram hoje as autoridades.

Etiópia: Pelo menos 20 civis morreram em ataques em Afar
Notícias ao Minuto

23:46 - 22/07/21 por Lusa

Mundo Etiópia

"Os combates intensos continuam. Quase 70 mil pessoas foram diretamente afetadas e estão a ser deslocadas [...]. Mais de 20 civis foram mortos", adiantou à agência noticiosa AFP um responsável regional da Agência Nacional de Proteção Civil, acusando os rebeldes de quererem "subjugar os afares".

Mohammed Hussen explicou que os conflitos foram em grande escala, tendo as forças rebeldes "cruzado a fronteira para a região de Afar e atacado as comunidades agrícolas inocentes".

Os conflitos na região de Afar revelam o risco de propagação da guerra em Tigré, iniciada pelo primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, contra as autoridades regionais da Frente de Libertação do Povo Tigré (TPLF), que em oito meses matou milhares e obrigou a deslocar centenas de milhares de pessoas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

Getachew Reda, um porta-voz das forças rebeldes, qualificou as acusações de mortes de civis de "pura mentira".

Prémio Nobel da Paz em 2019, Abiy Ahmed enviou o exército federal para Tigré em novembro de 2020, depois de vários meses de tensão, para destituir as autoridades regionais, acusando-as de ataques aos acampamentos militares ordenados pela TPLF, partido que governou a Etiópia por 30 anos.

O primeiro-ministro etíope proclamou vitória no final de novembro, após assumir o controlo da capital regional, Mekele, mas os ataques continuaram e recentemente viraram-se contra os interesses do governo.

Em 28 de junho, os rebeldes reconquistaram Makelee grande parte de Tigré, marcando um ponto importante no conflito.

Abiy Ahmed prometeu que faria os rebeldes recuarem e mobilizou as forças regionais, em especial de Oromia, para lutarem ao lado do exército federal.

Os combatentes na região de Afar bloquearam também a distribuição de ajuda alimentar em Tigre.

Dez viaturas do Programa Mundial de Alimentos (PMA) que transportavam ajuda foram atacadas no domingo a 100 quilómetros (Km) da capital de Afar, Semera, o que levou a agência da ONU a suspender os seus comboios que passavam na estrada.

A estrada que corta Semera para entrar em Tigre tornou-se num ponto crítico para a ajuda humanitária, depois de duas pontes em outras estradas terem sido destruídas no final de junho.

De acordo com um documento da ONU consultado hoje pela AFP houve intensos ataques das forças especiais de Afar e dos militares do exército federal contra os rebeldes nos distritos de Awra e Ewa.

Awra e Ewa fazem fronteira com o sul de Tigre e com o norte da região de Amhara, para onde vários milicianos foram enviados recentemente.

Hoje, na capital da Etiópia, Addis Abeba, dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se em apoio ao exército.

Os manifestantes exibiram cartazes nos quais descreviam a Frente de Libertação do Povo Tigre com "o cancro da Etiópia" e diziam que o exército está "pela verdade e pela justiça".

A presidente da Câmara de Addis Abeba, Adanech Abiebe, acusou a TPLF de colaborar com os órgãos de comunicação social internacionais para "difamar" o exército etiópia.

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