EUA: Empresas de opióides fecham acordo de 26 mil milhões com comunidades
As três maiores distribuidoras de medicamentos dos Estados Unidos da América (EUA) e a farmacêutica Johnson & Johnson concordaram hoje em pagar 26 mil milhões de dólares em compensação pela suposta interferência na crise dos opióides, informaram as autoridades.
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Mundo Opióides
"A Johnson & Johnson, a McKesson, a Cardinal Health e a Amerisource Bergen não só acenderam o pavio, como alimentaram o fogo do vício em opiáceos por mais de duas décadas. Hoje, estamos a responsabilizar essas empresas e a injetar milhares de milhões de dólares nas comunidades de todo o país", disse a procuradora-geral do estado de Nova Iorque, Letitita James, em comunicado.
O acordo histórico vai encerrar as ações judiciais movidas por vários estados e cidades dos EUA contra as quatro empresas e vai oferecer recursos significativos para apoiar as comunidades mais afetadas pela adição e pelos casos de overdose com medicamentos.
Na terça-feira, as quatro empresas estavam próximas de fazer um acordo de 26 mil milhões de dólares (22,06 mil milhões de euros) para encerrar milhares ações judiciais contra a comercialização de opióides.
"Esta é uma crise nacional e poderia ou deveria ter sido tratada -- talvez -- por outros setores do governo. Este é realmente um exemplo de uso litigioso para consertar um problema nacional", disse aos jornalistas Paul Geller, um dos principais advogados que representam os governos locais nos EUA, numa teleconferência.
Estima-se que três julgamentos sobre opióides sejam concluídos e outros comecem nos próximos meses.
Também na terça-feira, o estado de Nova Iorque chegou a um acordo de mais de mil milhões de dólares (cerca de 850 milhões de euros) com as empresas de distribuição de medicamentos AmerisourceBergen, Cardinal Health e McKesson, o que permitirá reduzir os danos provocados pelos opióides.
"[...] Estamos a responsabilizar-vos pela entrega de mais de mil milhões de dólares a comunidades nova-iorquinas devastadas por opióides para tratamento, recuperação e prevenção", disse a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, em comunicado.
As empresas de distribuição de medicamentos enfrentam milhares de ações judiciais de governos estaduais e locais em todo o território norte-americano há muito tempo.
Os governos estaduais e locais afirmam que as empresas não tinham formas adequadas para sinalizar ou parar as remessas -- tidas como desproporcionais -- de analgésicos poderosos e viciantes que chegavam às farmácias.
Já as empresas sustentam que estavam a obedecer a prescrições médicas de medicamentos legais e, portanto, não deviam ser culpadas pela crise de vício e overdose do país.
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