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Teerão acusa "desordeiros" pela morte de um polícia em Khuzistão

Um polícia iraniano foi morto por "desordeiros" no Khuzistão noticiou hoje a agência oficial Irna numa altura em que se verifica o incremento das tensões naquela província do sudoeste do Irão atingida pela falta de água. 

Teerão acusa "desordeiros" pela morte de um polícia em Khuzistão
Notícias ao Minuto

13:52 - 21/07/21 por Lusa

Mundo Teerão

Na semana passada uma pessoa morreu durante uma manifestação de protesto.

A região do Khuzistão, onde se localizam os principais poços de petróleo do Irão, tem sido afetada por uma grave seca, desde o final do mês de março, uma situação que tem provocado uma série de manifestações de protesto contra a falta de auxílio às populações. 

"Durante tumultos, na noite de terça-feira em Talaqani (zona da cidade portuária de Mahshahr) os agentes foram atingidos por tiros disparados dos telhados", de acordo com Fereydoun Bandarin, governador interino da cidade, citado pela Irna. 

Na sequência dos disparos, um polícia morreu e outro ficou ferido, acrescentou o governador sem detalhar se os acontecimentos estão relacionados com os protestos da população de Mahshahr. 

Na sexta-feira uma pessoa morreu durante uma concentração na cidade de Chadegan, a 70 quilómetros de Ahvaz, a capital provincial. 

O acesso à rede de internet tem sido condicionado em Ahvaz e encontra-se completamente bloqueado em Chadegan, indica o jornal reformista Etemad, de Teerão.

O "corajoso povo" do Khuzistão, província devastada pela guerra entre o Irão e o Iraque (1980-1988) "quer apenas água", escreveu na terça-feira um articulista de um outro jornal reformista, o Arman-e-Mellim. 

Nos últimos dias, vários portais de notícias escritos em persa, no estrangeiro, referem-se a atos de repressão contra manifestações na zona enquanto os jornais publicados no país não fazem qualquer menção aos acontecimentos na província. 

De acordo com a agência France Press é impossível confirmar a autenticidade das imagens que mostram centenas de manifestantes vigiadas pela polícia, supostamente no Khuzistão, e que estão a ser difundidas através das redes sociais. 

"Temos insistido para que as forças de segurança não se envolvam em confrontos violentos com a população", disse o governador da província do Khuzistão, Qassem Soleimani-Dachtaki, citado pela agência Irna.  

Em 2019, verificaram-se manifestações de contestação violentamente reprimidas pelas forças policiais.  

Entretanto, a publicação reformista Sazandegi apelou ao Presidente Hassan Rohani, ainda no poder, e ao sucessor Ebrahim Raissi, eleito no mês passado, a deslocarem-se à província "e pedirem aos manifestantes que regressem a casa".  

Na sexta-feira passada, o governo enviou para a região uma delegação composta por ministros-adjuntos. 

Hoje, a televisão estatal difundiu imagens que mostram longas filas de camiões que transportam água indicando que foram enviados para o Khuzistão pelos Guardas da Revolução. 

O Irão, país árido, é afetado há vários anos pela falta de água e nos últimos meses várias cidades também têm sido afetadas por cortes de eletricidade constantes. 

De acordo com o governo trata-se ainda das consequências da seca que se verificam há 11 anos e que prejudicam a retenção de água nos lagos que servem as centrais hidroelétricas do país.  

A planície do Khuzistão é frequentemente atingida por secas e tempestades de areia do Iraque e da Península Arábica.

Os fenómenos têm sido frequentes na zona nos últimos 15 anos.   

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