Um grupo de advogados disse que anúncio poderá ser feito ainda esta semana, lembrando que será o início de um processo de vários meses para os governos estaduais e locais decidirem se assinam o acordo.
O acordo milionário abrange as três maiores empresas de distribuição de medicamentos norte-americanas e a farmacêutica Johnson & Johnson, que será o maior do "universo de litígios" sobre opioides nos EUA.
"Esta é uma crise nacional e poderia ou deveria ter sido tratada -- talvez -- por outros setores do governo. Este é realmente um exemplo de uso litigioso para consertar um problema nacional", disse aos jornalistas Paul Geller, um dos principais advogados que representam os governos locais nos EUA, numa teleconferência.
Estima-se que três julgamentos sobre opioides sejam concluídos e outros comecem nos próximos meses.
Hoje, o estado de Nova Iorque chegou a um acordo de mais de mil milhões de dólares (cerca de 850 milhões de euros) com as empresas de distribuição de medicamentos AmerisourceBergen, Cardinal Health e McKesson, o que permitirá reduzir os danos provocados pelos opioides.
"[...] Estamos a responsabilizar-vos pela entrega de mais de mil milhões de dólares a comunidades nova-iorquinas devastadas por opioides para tratamento, recuperação e prevenção", disse a procurador-geral de Nova Iorque, Letitia James, em comunicado.
Outro advogado do entendimento das quatro empresas, Joe Rice, disse, citado pela agência de notícias AP, que o anúncio do acordo em Nova Iorque foi um fator chave na decisão de tornar públicos alguns detalhes do que está a ser planeado.
De acordo com a AP, a Cardinal Health não quis comentar e as outras empresas de distribuição de medicamentos não responderam até ao momento.
Por seu turno, a Johnson & Johnson reiterou em comunicado que está preparada para contribuir com cerca de cinco mil milhões de dólares (4,24 mil milhões de euros) para o acordo nacional, depois de ter chegado a um entendimento com Nova Iorque em junho, pouco antes do início do julgamento que ainda decorre.
"Continua a haver progressos para finalizar o acordo e continuamos comprometidos em fornecer dados certos às partes envolvidas e aos críticos, bem como às famílias e às comunidades. O acordo não é uma admissão de responsabilidade ou de irregularidade e a empresa vai continuar a defender-se contra qualquer litígio que o acordo final não resolva", adiantou a Johnson & Johnson.
As empresas de distribuição de medicamentos enfrentam milhares de ações judiciais de governos estaduais e locais em todo o território norte-americano há muito tempo.
Os governos estaduais e locais afirmam que as empresas não tinham formas adequadas para sinalizar ou parar as remessas -- tidas como desproporcionais -- de analgésicos poderosos e viciantes que chegavam às farmácias.
Já as empresas sustentam que estavam a obedecer a prescrições médicas de medicamentos legais e, portanto, não deviam ser culpadas pela crise de vício e overdose do país.