Protestos em Miami em solidariedade com manifestantes cubanos
Manifestantes em Miami bloquearam hoje uma estrada da Flórida em solidariedade com os milhares de cubanos que, no domingo, protestaram contra a situação económica e sanitária que a ilha atravessa.
© Maria Alejandra Cardona/Reuters
Mundo Cuba
É no sul da Flórida que se encontra a maior comunidade de cubano-americanos a viver nos Estados Unidos, recorda a agência de notícias Associated Press (AP).
Hoje, um grupo de manifestantes em Miami marchou em direção a "Palmetto Expressway", onde vários protestantes se sentaram, bloqueando o tráfego numa das direções daquela estrada.
Durante a manifestação, o governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, realizou um encontro, à porta fechada, no Museu Americano da Diáspora Cubana de Miami, com várias autoridades, incluindo membros do Congresso.
No final do encontro e em declarações aos jornalistas, os responsáveis defenderam que os protestos nas ruas em Cuba foram uma reação à falta de vacinas mas também de alimentos e outros bens básicos.
"Eles revoltam-se contra uma corrupta ditadura comunista que governa a ilha com mão de ferro há mais de 60 anos, que é responsável pela morte e destruição, não apenas na ilha de Cuba, mas realmente em todo o hemisfério ocidental, graças às suas ações de apoio a outros regimes marxistas ", disse DeSantis.
Para o governante, os cubanos que protestaram no domingo "são pessoas que desejam fundamentalmente um novo começo. Desejam uma sociedade livre."
DeSantis, que é apontado como um candidato à Casa Branca em 2024, recusou-se a responder diretamente sobre como o governo do presidente democrata Joe Biden deveria abordar os acontecimentos em Cuba.
O governador apelou ao governo comunista que restabeleça o serviço de internet, caso contrário, defendeu, as empresas privadas deverão encontrar uma forma de ajudar os cubanos a recuperar o acesso à internet.
Já a deputada republicana dos Estados Unidos María Elvira Salazar, cujos pais eram exilados cubanos, defendeu que os norte-americanos devem unir-se para tentar persuadir o governo de Biden a atender aos apelos da comunidade cubana: "Não podemos negociar com o regime (Cubano) nesta hora", disse.
A AP recorda ainda que a guarda costeira norte-americana em Miami tem monitorado as atividades com o objetivo de aumentar as travessias "inseguras e ilegais" entre a Flórida e Cuba.
A medida surgiu depois de grupos de imigrantes cubanos terem anunciado que planeavam viajar até à ilha para apoiar os cubanos.
A ideia era levar bens essenciais, como água, comida, remédios, mas também armas: "Tudo o que pudermos levar para Cuba para ajudar é bom", disse o organizador da iniciativa, Dennis Suayero, em declarações à estação de televisão WSVN.
No entanto, o grupo não chegou ao destino uma vez que a Guarda Costeira impediu que cruzassem o Estreito da Florida, justificando haver "problemas com armas de fogo".
Segundo o responsável da Guarda Costeira, a viagem é "perigosa e implacável", lembrando que morreram quase 20 cubanos durante a tentativa de travessia nas últimas semanas.
Milhares de cubano-americanos também se reuniram em Little Havana no fim de semana, expressando apoio aos cubanos que participaram de marchas de rua contra os altos preços e a escassez de alimentos na ilha.
As últimas manifestações desse tipo em Havana ocorreram há quase 30 anos, em 1994. O presidente Miguel Díaz-Canel acusou os cubano-americanos de usar as redes sociais para incitá-los. Na segunda-feira, a ilha estava sem acesso à internet.
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