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UE apela à libertação de manifestantes e jornalistas detidos em Cuba

A União Europeia (UE) apelou hoje às autoridades cubanas para libertarem "imediatamente" todas as pessoas, manifestantes e jornalistas, detidas nos protestos de domingo contra as autoridades de Havana, uma prática que qualificou como "inaceitável".

UE apela à libertação de manifestantes e jornalistas detidos em Cuba
Notícias ao Minuto

13:17 - 13/07/21 por Lusa

Mundo Cuba

"Temos conhecimento de relatos não só da detenção de pessoas de opositores e ativistas, mas também de jornalistas. Isto é absolutamente inaceitável", disse o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário.

O porta-voz disse que "o lugar destas pessoas não é na prisão, por isso apelamos às autoridades cubanas para que libertem imediatamente todos os detidos, todas as pessoas que foram detidas devido às suas convicções políticas ou ao seu trabalho jornalístico".

Já na segunda-feira, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, expressou junto dos seus homólogos dos 27 a sua preocupação com a situação em Cuba, salientando que as manifestações são "o exercício de um direito humano, um direito de reunião e manifestação pacífica", não devendo ser reprimidas.

No final da reunião do Conselho da UE, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considerou que "o direito de manifestação, a realização de manifestações pacificas é um critério fundamental para a UE na avaliação da qualidade dos regimes políticos, quaisquer que eles sejam. E, de facto, é um critério muito simples para distinguir os regimes políticos e as sociedades que são livres das que não são", começou por comentar o chefe da diplomacia portuguesa.

Agastados com a crise económica, que agravou a escassez de alimentos e medicamentos e obrigou o governo a cortar a eletricidade durante várias horas por dia, milhares de cubanos saíram às ruas espontaneamente no domingo, em dezenas de cidades do país, aos gritos de "Temos fome", "Liberdade" e "Abaixo a Ditadura".

Trata-se de uma mobilização sem precedentes em Cuba onde as únicas reuniões autorizadas são geralmente as do Partido Comunista Cubano (PCC, partido único), tendo as forças de segurança procedido a dezenas de detenções e se envolvido em confrontos com manifestantes.

O Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, exortou no domingo os seus apoiantes a saírem às ruas prontos para o "combate", em resposta às manifestações que aconteceram contra o Governo em vários pontos do país.

"A ordem de combate está dada, os revolucionários às ruas", afirmou o governante, citado pela agência de notícias Efe.

Hoje, numa comunicação televisiva, Díaz-Canel acusou os Estados Unidos de desestabilizarem o país e de procurarem criar condições para uma mudança de regime, salientando que os protestos tiveram como objetivo "fraturar a unidade do povo" e "desacreditar o Governo e a revolução".

O serviço de Internet móvel foi cortado no domingo, a meio do dia, o que tem dificultado a circulação de informações sobre o impacto das manifestações populares.

Nas horas anteriores ao corte dos serviços de comunicações por Internet móvel, tinham-se multiplicado nas redes sociais as denúncias sobre repressão e violência policial sobre os manifestantes deste fim de semana.

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