EUA aplicam sanções a 100 deputados, procuradores e juízes nicaraguenses
Os Estados Unidos anunciaram hoje a imposição de restrições aos vistos a 100 deputados, bem como a juízes, procuradores e ouros profissionais ligados à Justiça na Nicarágua pelo presumível papel na erosão da democracia nicaraguense.
© Jim Lo Scalzo/EPA/Bloomberg via Getty Images
Mundo Nicarágua
Num comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, refere que as sanções implicam a revogação dos vistos que alguns dos sancionados possam ainda deter e afetam também vários dos seus familiares.
"As revogações de vistos demonstram que os Estados Unidos promoverão a responsabilização não apenas para os líderes do regime, mas também para as autoridades que facilitam os ataques do regime à democracia e aos direitos humanos", disse Blinken.
O Departamento de Estado não forneceu a lista de funcionários afetados pelas sanções e um porta-voz norte-americano disse à agência noticiosa espanhola Efe que não foi possível identificar aqueles que perderam os vistos porque os dados nesses documentos são confidenciais, de acordo com a lei dos Estados Unidos.
No entanto, Blinken assegurou que todos os sancionados "ajudaram a facilitar" medidas antidemocráticas por parte do governo do Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e da sua mulher e também vice-Presidente, Rosario Murillo.
Entre as medidas, citou a recente prisão de 26 "opositores políticos e atores pró-democracia, incluindo seis candidatos à Presidência, ativistas estudantis, líderes do setor privado e outros atores políticos".
"[Os visados] aprovaram leis repressivas, incluindo legislação eleitoral, uma lei sobre 'crimes cibernéticos', outra sobre 'agentes estrangeiros' e outra ainda sobre 'soberania', que serviram para restringir a liberdade de expressão e criminalizar a dissidência e a discriminação e ainda a participação política", sublinhou Blinken.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos também acusou os sancionados de terem ajudado nas "tentativas de assédio e de silenciamento da sociedade civil e da imprensa independente", bem como de "minar as instituições e processos democráticos na Nicarágua".
A onda de prisões de líderes da oposição na Nicarágua tem acontecido numa altura de pré-campanha das eleições gerais de 07 de novembro próximo, em que Ortega, um ex-guerrilheiro sandinista que voltou ao poder em 2007, procura uma reeleição por mais cinco anos.
Ortega, 75 anos, coordenou uma Junta Governamental na Nicarágua entre 1979 a 1984 e presidiu o país pela primeira vez entre 1985 e 1990.
O Presidente tem acusado os líderes da oposição de tentarem derrubá-lo com o apoio dos Estados Unidos, considerando-os "criminosos".
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