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Etiópia. RSF pede libertação imediata de 12 jornalistas detidos

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apelou hoje para a libertação imediata de 12 jornalistas etíopes detidos, segundo esta, para "desencorajarem a reportagem independente sobre o conflito na região de Tigray".

Etiópia. RSF pede libertação imediata de 12 jornalistas detidos
Notícias ao Minuto

15:59 - 12/07/21 por Lusa

Mundo Etiópia

A maioria destes jornalistas, um dos quais responsável por um canal crítico do Governo na plataforma de vídeos Youtube, foi raptada em 30 de junho, na capital, Adis Abeba, refere a RSF num comunicado hoje divulgado.

A RSF refere que não foi dada qualquer explicação para a detenção dos jornalistas até dia 02 de julho, quando as autoridades "alegaram, finalmente, que os jornalistas estavam detidos devido à sua filiação num 'grupo terrorista' recentemente banido pelo parlamento etíope, a Frente de Libertação do Povo de Tigray [TPLF, em inglês]".

A TPLF foi acusada pelo primeiro-ministro, Abiy Ahmed, de orquestrar ataques militares contra bases do Exército federal.

Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019, lançou uma intervenção militar em 04 de novembro para derrubar a TPLF, o partido eleito e no poder no estado.

"Condenamos estas detenções em massa de jornalistas, que visam claramente dissuadi-los de investigar independentemente o conflito na região de Tigray", afirmou o diretor da RSF para África, Arnaud Froger, citado no documento.

"Estas detenções, realizadas com grande opacidade, são ainda mais chocantes porque, há poucos meses, o parlamento etíope votou numa nova lei de imprensa que descriminalizou a maioria dos crimes de imprensa. Apelamos para a libertação imediata e incondicional destes jornalistas", acrescentou Froger, no comunicado partilhado no portal da RSF.

No fim de semana, a Comissão Etíope dos Direitos Humanos, um organismo independente, mas com filiações ao Governo, expressou "graves" preocupações com as detenções, dizendo que "não foi concedido aos detidos o acesso aos seus advogados e famílias".

O Exército federal etíope foi apoiado por forças da Eritreia. Depois de vários dias, Abiy Ahmed declarou vitória em 28 de novembro, com a captura da capital regional, Mekele, frente à TPLF, partido que, até à chegada de Abiy Ahmed, controlou a Etiópia durante quase 30 anos.

No entanto os combates continuaram e as forças eritreias são acusadas de conduzirem vários massacres e crimes sexuais.

Em 28 de junho, Adis Abeba anunciou um cessar-fogo unilateral, aceite, em princípio, pelas forças de Tigray.

No início de julho, as Nações Unidas alertaram para a deterioração "dramática" da situação humanitária na região, destacando que há cerca de 400.000 pessoas em situação de fome e 1,8 milhões em risco.

A Etiópia ocupa atualmente a posição 101 entre os 180 países que integram o índice anual de Liberdade de Imprensa da RSF.

Leia Também: Rebeldes de Tigray rejeitam cessar-fogo e admitem intensificar ofensiva

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