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Japão vai rever desculpas sobre "mulheres de conforto"

Um responsável do Governo nipónico anunciou hoje que o Japão pretende reexaminar as desculpas oficiais, de 1993, apresentadas pela prostituição forçada de mulheres asiáticas para o exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial.

Japão vai rever desculpas sobre "mulheres de conforto"
Notícias ao Minuto

15:55 - 24/02/14 por Lusa

Mundo Prostituição

O secretário-geral do Governo, Yoshihide Suga, explicou que as autoridades iam analisar os testemunhos de 16 coreanas, antigas "mulheres de conforto", forçadas a prostituírem-se para os soldados japoneses.

A função de secretário-geral do Governo é uma das mais importantes no Japão e o titular do cargo é habitualmente considerado como o "número dois" do primeiro-ministro.

Estes testemunhos destas "mulheres de conforto", um eufemismo para designar as asiáticas obrigadas a prostituírem-se nos bordéis do exército imperial japonês, estiveram na origem das desculpas apresentadas por Tóquio.

"Os testemunhos das 'mulheres de conforto' foram feitas em troca da promessa de que não seriam tornados públicos. O Governo vai estudar a possibilidade de um reexame (destas declarações), mantendo" o anonimato destas mulheres, explicou Suga.

Em 1993, o secretário-geral do Governo da época Yohei Kono tinha, com base nestes testemunhos, apresentado "as sinceras desculpas, bem como os remorsos" das autoridades japonesas pela cumplicidade na prostituição forçada de asiáticas durante a Segunda Guerra Mundial.

De acordo com a maioria dos historiadores, cerca de 200 mil mulheres foram forçadas a trabalhar nos bordéis do exército imperial, principalmente coreanas, mas também chinesas, indonésias, filipinas e taiwanesas.

Desde que as desculpas oficiais foram apresentadas, declarações regulares e ambíguas feitas por responsáveis, normalmente da direita japonesa, levam população e autoridades da Coreia do Sul a duvidar da sinceridade do pedido formal de desculpas.

Esta questão envenena as relações entre Tóquio e Seul e voltou à ribalta no mês passado, quando o novo presidente do grupo público japonês de rádio e televisão NHK declarou que a prostituição forçada das mulheres era "frequente em todos os países em guerra".

Numa sondagem publicada este fim de semana pelo diário conservador Sankei Shimbum e a televisão Fuji TV, cerca de 59% dos japoneses aprovam uma revisão das desculpas do Japão.

Na semana passada, o antigo secretário-geral adjunto do Governo Nobuo Ishihara, que desempenhou um papel crucial na redação da "declaração Kono" de 1993, explicou que as autoridades não tentaram verificar as declarações das testemunhas coreanas.

Ishihara acrescentou que o objetivo da declaração era resolver o passado para melhorar as relações com a Coreia do Sul.

"É uma pena que a boa vontade do Governo japonês não tenha feito avançar as coisas", sublinhou.

Vários japoneses criticam os sul-coreanos por mostrarem a bandeira vermelha desta que é esta questão histórica, cada vez que surge uma questão em não há acordo entre os dois países.

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