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Colômbia a investigar quatro empresas que recrutaram assassinos de Moïse

As autoridades colombianas estão a investigar quatro empresas que, aparentemente, recrutaram os autores do assassínio, na quarta-feira, do Presidente do Haiti, Jovenel Moïse, e confirmaram a identidade dos mercenários, dos quais pelo menos 13 são ex-militares.

Colômbia a investigar quatro empresas que recrutaram assassinos de Moïse
Notícias ao Minuto

21:58 - 09/07/21 por Lusa

Mundo Haiti

O diretor da polícia, general Jorge Luis Vargas, assegurou hoje, em conferência de imprensa, que estão a investigar quatro empresas, "se é que existem", e que terão feito "o recrutamento, a junção destas pessoas" e organizaram as viagens dos mercenários para a República Dominicana, de onde chegaram à capital haitiana, Port-au-Prince.

O responsável precisou que os nomes das empresas não podem ser revelados, porque estão "em processo de verificação".

"O que estamos a fazer aqui é esclarecer os factos. Até ao momento (...), não temos motivo", disse.

A polícia haitiana anunciou que o homicídio de Moïse foi perpetrado na quarta-feira por um comando de 28 pessoas, das quais 26 são de nacionalidade colombiana e outras duas são norte-americanas de origem haitiana.

Até agora, 17 pessoas foram detidas pela sua alegada participação direta no ataque, entre as quais 15 colombianos já identificados pelas autoridades do país e os dois norte-americanos.

Outros três cidadãos colombianos foram abatidos em tiroteios com as forças de segurança, segundo o primeiro balanço oficial em que se revelou a nacionalidade dos mercenários.

Tanto o general Vargas como o comandante das Forças Militares, general Luis Fernando Navarro, disseram que há pelo menos 13 ex-militares colombianos envolvidos no assassínio.

"As verificações que fizemos nos seus currículos indicam que a sua saída [das Forças Armadas] ocorreu entre 2018 e 2020, isso é o que está registado. As motivações, no mercado mercenário (...) são claramente relacionadas com questões económicas, presumimos nós, e é o que pudemos verificar até agora", precisou o responsável.

Indicou também que um dos detidos em Port-au-Prince comparecia perante a Jurisdição Especial para a Paz (JEP), criada pelo acordo assinado pelo Governo colombiano e pela guerrilha FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em 2016, e, embora não tenha especificado por que crimes respondia, versões da imprensa indicam que o fazia por execuções de civis conhecidas como "falsos positivos".

O general Vargas revelou igualmente que os ex-militares Duberney Capador Giraldo e Germán Alejandro Rivera García, o primeiro, abatido, e o segundo, detido, chegaram ao Haiti a 10 de maio último, por via aérea, depois de terem estado quatro dias na República Dominicana.

Segundo informações da polícia, os restantes mercenários colombianos chegaram a Punta Cana (República Dominicana) a 04 de junho, e três dias depois, a 07 de junho, entraram no Haiti pelo posto fronteiriço de Carrizal.

Entre os colombianos detidos, figura Manuel Antonio Grosso Guarin, de 40 anos, um dos "soldados mais bem preparados do exército colombiano", segundo o diário El Tiempo.

Um homem chamado Francisco Eladio Uribe fazia também parte do comando e, segundo uma mulher entrevistada pela rádio colombiana W Radio, que se identificou como sua ex-companheira, ele abandonou o exército em 2019, após 20 anos de serviço, e foi recrutado por uma empresa de segurança "por 2.700 dólares por mês".

Taiwan anunciou, por seu lado, que 11 suspeitos do crime entraram ilegalmente no perímetro da sua embaixada em Port-au-Prince, antes de aí serem detidos pela polícia haitiana.

O assassínio do Presidente haitiano, morto na sua residência, destabilizou ainda mais o país mais pobre do continente americano, e levou o Governo haitiano a declarar o estado de sítio por um período de 15 dias.

Leia Também: Haiti: 11 suspeitos detidos na embaixada de Taiwan

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