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Síria: Justiça francesa investiga ataques químicos de 2013

A justiça francesa está a investigar os ataques com armas químicas perpetrados em 2013 na Síria e atribuídos ao regime de Damasco, na sequência de uma queixa apresentada por organizações civis em março passado, avançou hoje a agência France-Presse.

Síria: Justiça francesa investiga ataques químicos de 2013
Notícias ao Minuto

17:46 - 09/07/21 por Lusa

Mundo Síria

A informação foi confirmada à France-Presse (AFP) pelo Centro Sírio para os Meios de Comunicação Social e Liberdade de Expressão (designado pela sigla SCM), uma das entidades que apresentou a queixa.

As organizações não-governamentais (ONG) Open Society Justice Initiative (OSJI) e o Arquivo Sírio são as outras subscritoras da queixa apresentada junto do tribunal judicial de Paris.

Na sequência da queixa, foi aberta no final de abril uma investigação judicial por "crimes contra a Humanidade" e "crimes de guerra", confirmou hoje também à AFP uma fonte judicial.

"Congratulamo-nos com a abertura desta investigação", reagiram Jeanne Sulzer e Clémence Witt, advogados do SCM.

A queixa das três organizações civis solicitava ao tribunal judicial de Paris que investigasse os ataques perpetrados na noite de 04 para 05 de agosto de 2013 em Adra e Douma (que fizeram 450 feridos) e em 21 de agosto do mesmo ano em Ghouta Oriental, onde mais de mil pessoas, segundo os serviços de informação norte-americanos, foram mortas devido à utilização de gás sarin, um agente neurotóxico muito forte.

Estes ataques químicos são atribuídos ao regime liderado pelo Presidente sírio, Bashar al-Assad.

O diretor-geral do SCM, Mazen Darwish, foi hoje ouvido pela justiça francesa no âmbito da investigação.

Durante a audiência, o representante apresentou "491 provas adicionais, incluindo diversas fotografias e vídeos, bem como mapas que identificam com precisão os locais dos ataques e dos bombardeamentos", segundo referiu um comunicado do SCM.

"É uma investigação muito importante", sublinhou, em declarações à AFP, Mazen Darwish, no fim da audiência.

"Não se trata apenas das vítimas sírias, mas trata-se da segurança de todos nós. Se permitirmos que estes crimes continuem sem que ninguém seja responsabilizado, pode ser que um dia estas armas químicas sejam usadas aqui em Paris", frisou o diretor-geral do SCM.

Em outubro de 2020, estas três organizações já tinham apresentado uma queixa junto do Ministério Público federal alemão.

A queixa em questão também denunciava os ataques químicos perpetrados em 2013, mas também um ataque com gás sarin realizado em abril de 2017 em Khan Cheikhoun, entre as cidades sírias de Damasco (capital) e Alepo.

Em abril, as mesmas ONG, juntamente com uma quarta organização, a Civil Rights Defenders, apresentaram outra queixa também relativa aos ataques com armas químicas de 2013 e 2017, desta vez junto da justiça sueca.

Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, de manifestações pacíficas, o conflito civil na Síria, que entrou no seu 11.º ano, provocou mais de 388 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados, segundo os dados do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Leia Também: EUA e Rússia chegam a acordo para prolongar prazo de ajuda à Síria

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