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Guiné-Bissau pede reciprocidade no tratamento de guineenses em Cabo Verde

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, considerou hoje "inaceitável" os rumores de guineenses barrados à entrada dos aeroportos cabo-verdianos e pediu "reciprocidade" no tratamento dos conterrâneos em Cabo Verde, principalmente na regularização e obtenção de documentos.

Guiné-Bissau pede reciprocidade no tratamento de guineenses em Cabo Verde
Notícias ao Minuto

17:32 - 08/07/21 por Lusa

Mundo Diplomacia

"Pela nossa história, a reciprocidade é muito importante. Se nasce na Guiné, é guineense, de igual forma que guineense que nasceu ou está aqui, é cabo-verdiano. Nosso povo irmão. Isso é muito importante", pediu Sissoco Embaló, na cidade da Praia, no início de uma visita oficial de quatro dias a Cabo Verde.

Em conferência de imprensa ao lado do seu homólogo cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, o Presidente da Guiné-Bissau lamentou o maior problema enfrentado pela comunidade guineense em Cabo Verde, que é a acesso aos serviços de regularização e obtenção de documentos, muitos mesmo vivendo há mais de 10 ou 20 anos no arquipélago.

"Isso na Guiné era inimaginável com um cabo-verdiano. Um senegalês ou outros povos irmãos não têm um mesmo estatuto que os cabo-verdianos na Guiné", enfatizou Sissoco Embaló, considerando ser uma das questões que os dois países têm de ultrapassar.

"Não é questão dos partidos que estão no poder, em Cabo Verde ou na Guiné, penso que temos que ultrapassar isso", insistiu Embaló, no pedido ao Presidente cabo-verdiano e ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, também presente na sala em representação do Governo do país.

O chefe de Estado da Guiné-Bissau considerou ainda "inaceitável" os rumores que tem ouvido sobre guineenses barrados à entrada dos aeroportos cabo-verdianos, por um ou outro motivo.

"Eu não vi, é o que dizem, mas se isso acontece, lamento. Para mim é inaceitável passar uma coisa dessas. Na Guiné nenhum cabo-verdiano, mesmo que não tenha documento, se chegar de avião, fala crioulo, é tratado como os guineenses", frisou.

O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, reconheceu que Cabo Verde pode "fazer mais" pela comunidade guineense residente, estimada em perto de 10.000 guineenses, que vivem e trabalham, mas mais de metade em situação irregular ou sem documentos, apesar das tentativas para legalização.

"Sempre defendi que devem ter um tratamento especial em Cabo Vede, pelas razões históricas e de irmandade que temos", disse o chefe de Estado, mostrando-se "satisfeito" pelo Governo ter anunciado esta semana que esta questão vai ser vista, no âmbito da revisão lei da nacionalidade.

"Haver um tratamento diferente, como os cabo-verdianos têm na Guiné-Bissau, onde estão plenamente e facilmente integrados", afirmou Jorge Carlos Fonseca.

O homólogo guineense insistiu que na Guiné os cabo-verdianos não precisam de ter um estatuto especial, porque são guineenses.

"Nunca um cabo-verdiano na Guiné precisa de ter um documento de Cabo Verde ou da embaixada de Cabo Verde. Só vão à embaixada de Cabo Verde para inscrever-se, para ter o cartão ou inscrição consular, para votar", deu conta Sissoco Embaló.

"É por isso, que peço ao senhor Presidente e ao Governo cabo-verdiano que é muito importante termos isso em consideração de que o povo guineense não é imigrante em Cabo Verde, é povo cabo-verdiano, igual na Guiné", insistiu.

Depois de um encontro a sós com o seu homólogo cabo-verdiano, segue-se uma reunião entre duas delegações ministeriais e durante a tarde o Presidente guineense visita a Assembleia Nacional e a Cidade Velha, sítio Património Mundial da Humanidade na ilha de Santiago.

Na sexta-feira, deposita uma coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral, receberá o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, além de deslocações a instituições públicas e privadas na cidade da Praia e participa num encontro com a comunidade guineense residente na ilha de Santiago.

No sábado, Umaro Sissoco Embaló desloca-se a São Vicente, onde prossegue as visitas às instituições públicas e privadas, antes de partir para Bissau.

Leia Também: Covid-19. Guiné-Bissau prolonga estado de alerta até 24 de julho

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