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Síria. Acesso de ajuda humanitária ao noroeste deve permanecer aberto
O comissário europeu para Gestão de Crises disse hoje que o eventual encerramento da única passagem fronteiriça que permite fazer chegar ajuda humanitária a zonas no noroeste da Síria teria consequências "catastróficas" para milhões de civis.
© Getty Images
Mundo Comissário europeu
Janez Lenarcic instou o Conselho de Segurança da ONU a manter aberto o posto de passagem de Bab al-Hawa, entre a Turquia e o norte da Síria, e a reabrir outros acessos.
O responsável falava durante uma visita a Bab al-Hawa, dois dias antes do Conselho de Segurança votar a renovação de uma resolução sobre a ajuda transfronteiriça. Esta passagem é o principal ponto de entrada de ajuda internacional para o noroeste, onde vivem mais de quatro milhões de pessoas, a maioria deslocados.
O governo sírio e a sua aliada Rússia - membro permanente do Conselho de Segurança, com direito de veto -- querem que a ajuda seja canalizada através de Damasco.
Moscovo alega que a distribuição de ajuda a partir da Turquia e gerida pela ONU beneficia grupos "terroristas" naquela zona, que não está sob controlo do Governo de Bashar al-Assad.
"Esta operação significa vida para milhões de pessoas do outro lado da fronteira", disse Lenarcic a jornalistas na província turca de Hatay, insistindo que a não renovação da resolução teria "consequências (...) catastróficas"
Para o presidente do Crescente Vermelho turco, fechar o acesso, como deseja Moscovo, seria "desumano" e poderia provocar um novo afluxo migratório.
"A situação de milhões de pessoas necessitadas corre o risco de ser afetada negativamente por causa de um veto (russo) (...) Tal decisão seria injusta e desumana", declarou Kerem Kinik, igualmente vice-presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, à agência France Presse.
Em 2019 e 2020, a Rússia e a China vetaram a renovação da resolução transfronteiriça da ONU em relação aos pontos de passagem de ajuda humanitária de Bab al-Salam (na fronteira com a Turquia), Al Yarubiyan (fronteira com o Iraque) e Al-Ramtha (fronteira com a Jordânia). O único que continuou a ser autorizado foi o de Bab al-Hawa, na fronteira turca.
De acordo com as Nações Unidas, 75% dos mais de quatro milhões de pessoas que vivem no noroeste da Síria dependem de ajuda humanitária e quase 85% recebem apoio graças à operação internacional através da fronteira turca.
Cerca de meio milhão de pessoas morreram na guerra na Síria, desencadeada em 2011, segundo um balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Leia Também: Síria: Várias ONG formam cadeia humana para pedir retoma da ajuda
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