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Rússia defende recusa em prolongar corredor de ajuda humanitária na Síria

A Rússia reiterou hoje a recusa em prolongar por um ano o corredor de ajuda humanitária à Síria, no dia em que o regime sírio criticou o papel da Turquia como mediador no conflito na região.

Rússia defende recusa em prolongar corredor de ajuda humanitária na Síria
Notícias ao Minuto

14:15 - 08/07/21 por Lusa

Mundo Síria

"A nossa posição é conhecida: sempre respeitámos o Direito Internacional e o Direito Humanitário, que preveem que a ajuda humanitária seja coordenada com as autoridades legítimas dos países", disse o enviado especial da Rússia à Síria, Alexander Lavrentiev, em conferência de imprensa.

O enviado especial russo justificava assim a recusa do Kremlin em prolongar por um ano a ajuda humanitária ao norte da Síria, através da fronteira turca, a única passagem transfronteiriça que continua aberta e cuja permissão termina no sábado.

A licença atual do Conselho de Segurança, que autoriza as Nações Unidas e os seus aliados a entregar ajuda humanitária da Turquia à população do último reduto da oposição na Síria, expira no sábado e a Rússia tem repetidamente ameaçado vetar qualquer tentativa de estendê-la.

"A Síria é o único país com operações transfronteiriças, não conhecemos outros exemplos semelhantes no mundo", explicou Lavrentiev, destacando que a Rússia acredita que "um mecanismo real e funcional deve ser criado com a ajuda dos esforços da comunidade internacional para levar ajuda a todos os cantos da Síria através de Damasco".

A este respeito, a Rússia, juntamente com os outros mediadores do cessar-fogo - Turquia e Irão - defendeu hoje, numa declaração conjunta adotada no final da reunião, a necessidade de aumentar a ajuda humanitária "a todos os sírios em todo o país, sem discriminação, politização e pré-condições".

As declarações do enviado russo surgem na altura em que o Conselho de Segurança da ONU tem prevista, para os próximos dias, a renovação das operações para entregar ajuda humanitária no norte da Síria, através de Baba al-Hawa, na fronteira entre a Turquia e a Síria.

As garantias de ajuda humanitária através da Turquia ficam ainda mais frágeis depois de o regime sírio ter criticado hoje a presença militar turca, dizendo que Ancara não merece fazer parte do grupo de mediadores do cessar-fogo no conflito.

"O regime turco apoia as organizações terroristas e não merece ser o mediador desse processo, porque não cumpre os seus compromissos", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Ayman Susan, numa conferência de imprensa.

Susan descreveu o Governo turco como "criminoso", acusando-o de violar as leis internacionais e de levar a cabo "políticas destrutivas" na Síria, denunciando a "ocupação dos territórios sírios pelos Estados Unidos e pela Turquia" como fatores que "atrasam a resolução do conflito na Síria".

"A comunidade internacional deve fazer um esforço para acabar com esta presença ilegal das forças de ocupação dos Estados Unidos e da Turquia que prejudicam a estabilidade, a segurança e a paz nesta região", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria.

Pelo seu lado, na declaração conjunta hoje divulgada, Rússia, Irão e Turquia rejeitaram "todas as sanções unilaterais que violam o direito internacional, o direito humanitário e os estatutos da ONU".

Internamente, o líder da delegação da oposição do regime sírio nas negociações para o cessar-fogo do conflito, Ahmad Toma, acusou o Presidente Bahsar al-Assad de ter posições mais severas, depois da sua vitória nas mais recentes eleições presidenciais, realizadas em maio.

"As eleições foram aprovadas e o regime está mais duro porque diz que tem legitimidade e não exige uma nova Constituição", disse Toma, durante mais uma ronda de negociações sobre o confito na Síria.

Segundo o representante dos rebeldes sírios, o regime de Bashar al-Assad "obstrui todos os esforços internacionais" para fazer avançar o processo de paz no país.

Leia Também: Síria. Oito mortos pelo grupo Estado Islâmico em Al-Hol em junho

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