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Austrália promete pôr interesses nacionais à frente na relação com China

A Austrália vai sempre pôr os interesses nacionais à frente dos interesses económicos na sua complexa relação com a China, disse hoje um responsável pelo Tesouro australiano, depois de um funcionário norte-americano prever tensões a longo prazo.

Austrália promete pôr interesses nacionais à frente na relação com China
Notícias ao Minuto

10:34 - 07/07/21 por Lusa

Mundo Austrália

Josh Frydenberg, responsável pelo Tesouro australiano e vice-líder do Partido Liberal da Austrália, disse que a China continua a ser um "parceiro económico muito importante", apesar das disputas bilaterais que interromperam as exportações de carvão, vinho, carne, cevada, madeira e lagostas australianas, resultando numa queda de milhares de milhões de dólares no comércio bilateral.

"Não vamos colocar os interesses económicos em primeiro lugar", disse Frydenberg aos jornalistas.

"Colocaremos o interesse nacional mais amplo em primeiro lugar e isso significa termos um senso muito claro e consistente de onde está o nosso interesse nacional, e isso é o que temos feito", acrescentou.

Frydenberg falou depois de o coordenador da Casa Branca para a região do Indo-Pacífico, Kurt Campbell, ter afirmando que havia uma "dureza" na política chinesa para a Austrália que "parece inflexível".

"Eu penso que estamos basicamente conformados com tensões a longo prazo entre a China e a Austrália", disse Campbell, durante um encontro promovido pela Asia Society, na terça-feira.

Um confronto no âmbito da diplomacia da vacina, esta semana, foi o último rompimento nas relações bilaterais, que começou no ano passado quando a Austrália pediu uma investigação independente sobre as origens da covid-19.

A Austrália negou na terça-feira as alegações do Governo chinês e da imprensa estatal de que está a interferir na distribuição de vacinas chinesas na Papua-Nova Guiné.

Embora a política externa cada vez mais assertiva da China tenha deteriorado as relações com vários países, no caso da Austrália os contactos de alto nível foram suspensos, com Pequim a proibir os contactos entre ministros.

Campbell disse que a China parece ter tentado "alterar completamente a forma como a Austrália se vê a si própria e o mundo".

"Os Estados Unidos (...) tentaram deixar claro que não vamos deixar a Austrália sozinha em campo. Isso simplesmente não vai acontecer", disse.

Frydenberg afirmou que a Austrália está "definitivamente a conviver com uma China diferente da que vimos nos anos anteriores".

Ele lembrou que a Austrália protegeu os seus interesses nacionais ao barrar o envolvimento do grupo chinês de telecomunicações Huawei nas redes 5G do país ou ao proibir a interferência estrangeira na política doméstica.

Frydenberg também bloqueou pessoalmente pedidos de investimento chinês na Austrália por motivos de interesse nacional.

"Eu tenho visto cada vez mais pedidos de investimento estrangeiro que visam não necessariamente objetivos comerciais, mas sim objetivos estratégicos e, como vocês sabes, eu disse que 'não'", apontou Frydenberg.

Leia Também: Covid-19. Austrália limita chegadas ao país para travar variante Delta

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