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Jornalista marroquino Omar Radi responde a acusações de "espionagem"

O jornalista marroquino Omar Radi, em prisão preventiva há quase um ano, refutou hoje em tribunal as acusações de espionagem de que é alvo, nomeadamente relacionadas com um britânico apresentado pela polícia marroquina como "agente dos serviços secretos".

Jornalista marroquino Omar Radi responde a acusações de "espionagem"
Notícias ao Minuto

20:32 - 06/07/21 por Lusa

Mundo Marrocos

O jornalista de 34 anos é acusado de "atentado à segurança interna do Estado" e de ter recebido "financiamentos estrangeiros" relacionados com "serviços secretos".

O juiz do Tribunal de Recurso de Casablanca interrogou o repórter sobre a sua relação com um cidadão britânico, Clive Newell, apresentado pela polícia judiciária como um "agente dos serviços secretos".

Radi afirmou que tratou com Newell, na sua qualidade de "responsável do gabinete" do conselho económico G3, para o qual o jornalista realizou "um estudo sobre uma empresa marroquina, para fins de investimento".

"A empresa G3 tem como clientes instituições públicas, como o Ministério da Economia ou o Departamento Cherifiano de Fosfatos", indicou Omar Radi, insistindo que esse trabalho era "normal para um jornalista especializado em economia".

O repórter é também acusado de "troca de informações secretas" com um cidadão belga, Arnaud Simons, com o qual manteve contacto enquanto "jornalista, quando ele trabalhava na embaixada da Holanda em Rabat".

O ministério público tinha anteriormente posto em causa a identidade de Simons, afirmando tratar-se de um "nome falso".

Simons reiterou a sua "plena disponibilidade para testemunhar no âmbito do julgamento", numa carta aberta hoje publicada, depois de a justiça marroquina ter rejeitado o pedido da defesa para o ouvir.

Radi está também a ser processado por "violação": ele fala de "relações livremente consentidas", ao passo que a queixosa afirma que não deu consentimento, rejeitando "qualquer instrumentalização política" do seu caso.

O processo por "espionagem" foi instaurado no fim de junho de 2020, após a publicação de um relatório da Amnistia Internacional afirmando que o telefone de Radi estava sob escuta das autoridades marroquinas, através de um 'software' de pirataria.

Rabat sempre desmentiu, denunciando uma "campanha internacional de difamação".

Paralelamente, o julgamento de outro jornalista, Soulaimane Raissouni, em greve de fome há 90 dias, prossegue, na sua ausência.

Em prisão preventiva há mais de um ano, Raissouni é acusado de "agressão sexual", uma acusação que também ele contesta.

Em Marrocos e no estrangeiro, defensores dos direitos humanos, intelectuais e políticos reclamam que os dois jornalistas sejam julgados em liberdade.

Perante as críticas, as autoridades marroquinas respondem invocando a independência do poder judicial e a conformidade com os procedimentos.

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