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Coligação de Governo israelita dividida em votação de medida polémica

O Governo israelita enfrenta hoje divisões internas para fazer passar uma medida polémica que proíbe a concessão de cidadania a cônjuges palestinianos de árabes israelitas, que o primeiro-ministro, Naftali Bennett, deseja ver reimposta.

Coligação de Governo israelita dividida em votação de medida polémica
Notícias ao Minuto

20:25 - 05/07/21 por Lusa

Mundo Israel

Os deputados do Knesset (parlamento israelita) têm até à meia-noite de terça-feira (22:00 em Lisboa) para aprovar a prorrogação desta disposição, caso contrário, ela deixará de vigorar, e os palestinianos casados com árabes israelitas poderão então pedir a nacionalidade israelita.

Desde a primeira vez que foi adotada, em julho de 2003, durante a segunda Intifada, esta medida de chamada "cidadania" viu a sua aplicação sempre renovada pelo Knesset, invocando questões de segurança.

Este ano, a medida é apresentada pela ministra do Interior, Ayelet Shaked, membro do novo Governo israelita que afastou do poder, em meados de junho, o antigo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, após 12 anos consecutivos na chefia do executivo.

O novo Governo - uma coligação heterogénea que vai da direita à esquerda, passando pelo apoio de um partido árabe - é composto por 61 deputados e liderado pelo novo primeiro-ministro, Naftali Bennett.

Bennett e os seus aliados de direita no Governo desejam que a medida seja novamente imposta, para tal precisando do voto de 61 deputados.

Mas a coligação está dividida nesta questão: dois partidos que a integram (Meretz, extrema-esquerda, e Raam, islamista) já indicaram que votarão contra uma disposição considerada como discriminatória para a minoria árabe de Israel (20% da população).

Para que a lei passe, Bennett deve, então, esperar obter os votos de grupos da oposição, entre os quais o Likud, do seu antigo aliado Benjamin Netanyahu.

Mas entre os deputados da oposição, alguns -- como o ex-primeiro-ministro -- já declararam que votarão contra a lei, embora fosse expectável, por uma questão de coerência de valores, que lhe fossem favoráveis.

"A oposição também deve dar provas de responsabilidade nacional", declarou hoje Naftali Bennett, exortando esses grupos parlamentares a apoiá-lo.

"Há coisas com as quais não se brinca. A segurança do Estado é uma linha vermelha, e o Estado precisa de controlar quem entra e quem obtém a cidadania", sustentou.

Dezenas de árabes israelitas manifestaram-se hoje em frente ao Knesset em protesto contra esta lei, que consideram dificultar os procedimentos e a vida dos palestinianos cujos cônjuges são israelitas.

"Não estou a exigir o impossível", declara Ali Meteb, um árabe israelita cuja mulher é palestiniana, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

"Estou a exigir os direitos que o Estado nos deve: que a minha mulher tenha um cartão de identidade israelita, direitos de residência e liberdade de circulação", acrescenta o homem de 47 anos.

Muitos pedidos de cidadania israelita são feitos por cônjuges palestinianos de árabes israelitas, originários da Cisjordânia -- território ocupado por Israel desde 1967 -- ou da Faixa de Gaza, um enclave sobrepovoado a sul de Israel.

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