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Justiça da Irlanda do Norte abandona processo contra ex-soldados   

A justiça britânica anunciou hoje que retirou as acusações contra dois ex-soldados acusados de três homicídios em 1972 durante o conflito na Irlanda do Norte, nomeadamente durante o massacre do "Domingo Sangrento".

Justiça da Irlanda do Norte abandona processo contra ex-soldados   
Notícias ao Minuto

14:33 - 02/07/21 por Lusa

Mundo Irlanda do Norte

A decisão foi tomada pelo Ministério Público da Irlanda do Norte (PPS, na sigla em inglês) após uma reavaliação das provas que se seguiu à absolvição em maio por um tribunal de Belfast de dois outros veteranos em julgamento pelo homicídio de um membro do IRA em 1972.

"Reconheço que estas decisões aumentam a dor das famílias enlutadas das vítimas que procuraram incansavelmente a justiça durante quase 50 anos e sofreram muitos reveses", afirmou o diretor do PPS, Stephen Herron.

A decisão diz respeito a um soldado, classificado apenas como "Soldado B", que estava a ser julgado pelo assassínio de Daniel Hegarty, de 15 anos, baleado duas vezes na cabeça em Londonderry em julho de 1972.

O outro, "Soldado F", foi acusado de ter disparado sobre dois católicos, James Wray e William McKinney, durante o "Domingo Sangrento" em 30 de janeiro de 1972, um dos episódios mais trágicos do conflito entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte.

Naquele dia, 13 manifestantes foram mortos quando um regimento militar britânico abriu fogo contra a multidão durante uma manifestação pacífica em Londonderry. 

Um outro manifestante morreu cinco meses depois.

O massacre inspirou o tema "Sunday Bloody Sunday" (1983) da banda irlandesa de rock U2.

Depois ter sido anunciada a notícia de que as acusações foram retiradas, Mickey McKinney, irmão de William, disse que continuaria sua luta por justiça. 

"O assunto está longe de estar fechado", prometeu.

Ao longo de 30 anos, o conflito da Irlanda do Norte opôs republicanos católicos, partidários da reunificação da Irlanda, contra 'unionistas' protestantes, favoráveis à manutenção da província sob a coroa britânica. 

Os confrontos violentos e atentados bombistas resultaram em cerca de 3.500 mortes e terminaram com o acordo de paz da Sexta-feira Santa em 1998.

O governo britânico prometeu legislar para evitar novos processos judiciais por crimes cometidos por soldados durante aquele período, conhecido por "Troubles" [Problemas], mas para muitas famílias de vítimas isso equivaleria a uma amnistia a homicidas.

Leia Também: Unionistas e republicanos da Irlanda do Norte chegam a acordo

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