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Centenas protestam na Turquia contra agressão policial a repórter

Centenas de jornalistas protestaram hoje em Ancara, Istambul e Esmirna contra a agressão de um polícia ao repórter fotográfico Bülent Kiliç, detido no sábado durante a cobertura da marcha do Orgulho Gay em Istambul.

Centenas protestam na Turquia contra agressão policial a repórter
Notícias ao Minuto

15:52 - 29/06/21 por Lusa

Mundo Turquia

A polícia de choque dispersou a tradicional marcha, proibida desde 2014, apesar da homossexualidade ser legal na Turquia, efetuando numerosas detenções e imobilizando no solo Kiliç, com uma violência que lembra a sofrida por George Floyd, enquanto o fotógrafo cobria o desfile para a agência France-Presse.

O vídeo da detenção, com um polícia ajoelhado no pescoço, tornou-se viral sob o lema "Não conseguimos respirar", lembrando a morte do afro-americano George Floyd, no ano passado nos Estados Unidos, por uma agressão policial semelhante.

O repórter fotográfico foi libertado logo após a detenção, mas apresentou queixa contra a polícia por agressão e danos ao equipamento.

"Isto pode voltar a acontecer. Para que não aconteça, é preciso acabar com a impunidade", advertiu Kiliç ao intervir durante o evento.

Por seu lado, Can Güleryüzlü, presidente da Associação Progressista de Jornalistas, uma das entidades profissionais que convocaram a manifestação, afirmou à Efe, em Ancara, que a "violência política contra jornalistas que cobrem manifestações na rua tornou-se rotina".

"Este último caso contra o nosso colega da AFP podia tê-lo matado, como aconteceu com Floyd. Por esse motivo, 15 associações profissionais juntaram-se ao protesto", acrescentou Güleryüzlü.

Em Istambul, cerca de 150 repórteres e correspondentes reuniram-se em frente ao edifício da delegação do Ministério do Interior, gritando slogans como "Não conseguimos respirar", "A imprensa livre não se calará" e "Stop à violência".

Os repórteres fotográficos presentes penduraram as câmaras nas grades do complexo num ato de protesto.

A secção turca da organização internacional Repórteres Sem Fronteiras também condenou a agressão policial.

No sábado, várias unidades da polícia de choque dispersaram a manifestação com centenas de pessoas que tentavam celebrar a marcha do orgulho no centro de Istambul, tendo detido vários participantes.

Os manifestantes estavam reunidos num bairro próximo da emblemática Praça Taksim, no centro de Istambul, rodeada de polícias para evitar protestos neste espaço, e começaram a marchar ao longo da Avenida Istiklal, artéria repleta de lojas e espaços de entretenimento na cidade.

A polícia interveio de imediato, usando gás lacrimogéneo e balas de plástico, e fez dezenas de detenções, muitas das quais com base em violência, segundo relatou o jornal diário turco Diken.

Em 2004, último ano em que foi autorizada na cidade, a marcha do orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transgénero, 'queer' e intersexuais) realizou-se num clima de festa e de forma pacífica na Avenida Istiklal, com um afluxo de dezenas de milhares pessoas.

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