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UNECA quer veículo financeiro para baixar custos de endividamento

A secretária-executiva da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) defendeu hoje a criação de um mecanismo financeiro que permita baixar os custos de financiamento para os países que emitam dívida pública nos mercados internacionais.

UNECA quer veículo financeiro para baixar custos de endividamento
Notícias ao Minuto

15:43 - 28/06/21 por Lusa

Economia África

"Podemos reduzir o custo de financiamento do título ou dar um juro adicional se o investimento for para recursos que fomentem o crescimento 'verde' e sustentável, energias renováveis e melhores infraestruturas", disse Vera Songwe.

Em entrevista à agência de informação financeira Bloomberg à margem da sua participação num fórum de investimento no Qatar, Songwe explicou que esta ideia não implica "qualquer tratamento de favor para as economias dos mercados emergentes e de fronteira".

"Estamos, até, a tentar aperfeiçoar o mercado", comentou.

Este veículo financeiro agora proposto pode ser financiado pela emissão de 650 mil milhões de dólares (545 mil milhões de euros) por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI), dos quais 33 mil milhões de dólares, quase 28 mil milhões de euros, pelo menos, caberão aos países africanos.

Este veículo financeiro poderia aumentar a liquidez do mercado secundário para os mercados emergentes, reduzindo a taxa que alguns países emissores têm de pagar aos investidores que não podem imediatamente transacionar os títulos que compraram, explicou Vera Songwe.

Na prática, a ideia da responsável segue o exemplo das transações bancárias feitas durante a noite, em que os investidores podem vender os seus títulos no final da sessão e comprá-los novamente pela manhã, pagando um prémio, mas permitindo um aumento da liquidez e possibilitando que seja feita uma gestão de tesouraria do valor dos títulos.

O aumento da liquidez é fundamental para resolver as necessidades de financiamento em África e aumentar a rapidez da recuperação económica, que resultou na pior recessão de que há memória no continente, argumentou a responsável.

Vários países africanos regressaram já este ano aos mercados de dívida internacionais, conseguindo taxas de juro mais baixas do que as praticadas antes da pandemia de covid-19, mas a lentidão da recuperação económica e a fraca receita fiscal interna levanta preocupações sobre a capacidade destes países servirem a dívida nos próximos anos, principalmente se a pandemia se continuar a alastrar no continente e obrigar a novas medidas de confinamento.

O Fundo está a preparar-se para fazer a maior injeção de recursos de sempre nos seus Estados membros, aumentando a liquidez global e ajudando os países de menores rendimentos e maiores dificuldades a lidarem com as consequências económicas da pandemia.

Para além disto, o FMI tem vindo a defender que os países mais ricos possam canalizar algumas das verbas que vão receber para os países em maiores dificuldades, nomeadamente os africanos, que estão em situação particularmente vulnerável devido aos impactos económicos e sanitários da pandemia.

Esta ajuda pode ser feita com os instrumentos atuais, nomeadamente o Fundo de Redução da Pobreza e Crescimento, que permite a disponibilização de empréstimos sem juros, mas o modelo só se aplica aos países considerados de baixo rendimento, e o FMI quer alargar o modelo às economias dos pequenos arquipélagos e aos países de rendimento médio e baixo.

Este Fundo de Resiliência e Estabilidade, uma das propostas do FMI, poderia estar finalizado até dezembro, dependendo das aprovações necessárias, mas para já o que os países mais vulneráveis podem contar, entre os quais os africanos, é com a receção de 33 mil milhões de dólares (27,6 mil milhões de euros) resultantes da sua quota de DES, e provavelmente mais 100 mil milhões de dólares, equivalentes a 83,7 mil milhões de euros, que foram prometidos pelos países mais ricos.

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