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Franceses fazem "greve" às urnas e direita é a "sua pior inimiga"

A abstenção em França nas eleições regionais, tanto na primeira volta como na segunda, quando cerca de 65% dos franceses não foram às urnas, faz com que os gauleses permaneçam num "mutismo ininterpretável", refere hoje a imprensa francesa.

Franceses fazem "greve" às urnas e direita é a "sua pior inimiga"
Notícias ao Minuto

11:55 - 28/06/21 por Lusa

Mundo França

"A mesma constatação da primeira volta domina os resultados: os franceses fizeram greve às urnas numa proporção inédita", pode ler-se no editorial da edição de hoje do Le Monde.

Este quotidiano aponta como principais pistas não só o desinteresse pela política, mas especialmente a nova organização das regiões adotada em 2015, que tem um efeito positivo "a nível económico", mas que serviu "para afastar os eleitores dos seus eleitos".

Já o jornal Libération, posicionado mais à esquerda, defende que sem um "eletrochoque" para os motivar, os franceses permaneceram num "mutismo ininterpretável".

No entanto, nem tudo está perdido, defende o Le Monde, lembrando que o "sismo democrático" das regionais não se deve reproduzir nas eleições presidenciais.

O jornal Le Figaro, mais à direita, dedica o seu editorial à vitória de vários presidentes de região da direita e defende que, com a maioria no senado, mais de 100 deputados na Assembleia Nacional e sete regiões ganhas no domingo, os ideais de direita "mostram-se maioritários" no país.

"O principal inimigo da direita hoje é ela própria", refere o jornal, indicando que ainda não há certezas sobre quem será o candidato às presidenciais, mas que uma primária entre as principais personalidades pode prejudicar um resultado a nível nacional.

Na extrema-direita, segundo o Le Monde, Marine le Pen, cujo partido não ganhou nenhuma região, deve querer perceber o porquê da "deserção" dos seus eleitores.

"Reconciliar os franceses com a política é agora uma ardente obrigação" para todos os partidos políticos, concluiu o Le Monde.

Leia Também: Partido de Macron justifica derrota nas regionais com fraco apoio local

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