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Etiópia: Vários países e UE pedem diálogo nacional após eleições

Várias embaixadas e a delegação da União Europeia na Etiópia saudaram hoje as eleições realizadas em 21 de junho, mas assinalaram que é necessário um diálogo nacional para resolver os desafios políticos que o país enfrenta.

Etiópia: Vários países e UE pedem diálogo nacional após eleições
Notícias ao Minuto

18:56 - 25/06/21 por Lusa

Mundo Etiópia

"Apenas eleições não levam à transição democrática ou à resolução dos desafios políticos a enfrentar. Por isso, nós apelamos ao Governo e a todas as partes na sociedade etíope para assegurarem que um processo de diálogo nacional profundo e lato ocorra e para se comprometerem a soluções pacíficas", refere-se no comunicado conjunto a que a Lusa teve acesso.

Os autores do documento consideram que estas ações são necessárias para garantir um desenvolvimento democrático na Etiópia e para reduzir o conflito no país, "incluindo uma resolução política da situação em Tigray".

O comunicado sobre as eleições de segunda-feira é assinado pelas embaixadas de Áustria, Austrália, Canadá, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Japão, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Países Baixos, Reino Unido e pela delegação da União Europeia na Etiópia.

Os autores da declaração apontam que "houve importantes melhorias na legislação eleitoral e medidas positivas foram tomadas pela NEBE [comissão eleitoral da Etiópia] para desenvolver a integridade no processo".

Da mesma forma, assinalaram o "importante papel" da sociedade civil nestas eleições, destacando a consciencialização para o voto e o trabalho de observação durante o registo eleitoral e o escrutínio.

Por outro lado, a declaração refere que "houve muitas dificuldades operacionais que foram evidentes durante o processo eleitoral".

"Estas eleições aconteceram em condições muito desafiantes e problemáticas, com um ambiente político restrito, incluindo a detenção de membros da oposição, perseguição de representantes da comunicação social e dificuldades enfrentadas pelos partidos para a realização de campanhas eleitorais livres", alertaram.

No documento, os autores referiram também que é necessária uma "reflexão honesta sobre os sucessos, desafios e falhas" durante estas eleições, cujos resultados ainda não foram divulgados.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019, lançou uma intervenção militar em 04 de novembro para derrubar a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), o partido eleito e no poder no estado, e declarou a vitória em 28 de novembro, ainda que os combates continuem.

O Exército federal etíope foi apoiado por forças da Eritreia. Depois de vários dias, Abiy Ahmed declarou vitória em 28 de novembro, com a captura da capital regional, Mekele, frente à TPLF, partido que, até à chegada de Abiy Ahmed, controlou a Etiópia durante quase 30 anos.

No entanto os combates continuaram e as forças eritreias são acusadas de conduzirem vários massacres e crimes sexuais.

Na quarta-feira, um ataque aéreo que atingiu um mercado na região matou pelo menos 64 pessoas, segundo fontes médicas.

Leia Também: Etiópia: EUA elogiam eleições num processo que não foi livre nem justo

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