Moscovo disse que um dos seus navios de guerra disparou tiros de advertência e um avião de combate lançou bombas à volta do contratorpedeiro britânico "Defender", na quarta-feira, para forçá-lo a sair de uma área perto da Crimeia, cuja zona a Rússia alega controlar.
O Reino Unido nega esta versão e insiste que o seu navio não foi alvejado e que estava a navegar em águas ucranianas.
Os exercícios russos que se iniciaram hoje no leste do Mediterrâneo ocorrem quando um grupo de porta-aviões britânico está na área.
No início desta semana, caças britânicos F-35 do "HMS Queen Elizabeth" realizaram voos de ataque contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) na Síria.
A Rússia empreendeu uma campanha militar na Síria desde setembro de 2015, permitindo que o Governo do Presidente sírio, Bashar al-Assad, recuperasse o controlo sobre a maior parte do país, após uma guerra civil devastadora.
O Ministério da Defesa russo disse que dois caças MiG-31 capazes de transportar mísseis hipersónicos Kinzhal chegaram à base aérea russa na Síria para as manobras.
A base aérea de Hemeimeem, na província costeira de Latakia, serve como o principal ponto de controlo para as operações de Moscovo nesse país.
Esta é a primeira vez que aviões de combate capazes de transportar mísseis Kinzhal são posicionados fora das fronteiras da Rússia.
Os militares dizem que os Kinzhal voam a 10 vezes a velocidade do som e tem um alcance de até 2.000 quilómetros.
O Ministério da Defesa russo disse que as manobras no Mediterrâneo Oriental envolvem vários navios de guerra, dois submarinos e bombardeiros Tu-22M3 de longo alcance, juntamente com outras aeronaves de combate.
Os aviões supersónicos Tu-22M3s, com capacidade nuclear, foram usados pela primeira vez na Síria, no mês passado, numa demonstração de aumento do apoio militar russo no Mediterrâneo.
Os militares russos modernizaram a pista de aviação de Hemeimeem para acomodar bombardeiros pesados e ampliaram e modificaram uma base naval no porto sírio de Tartus, a única instalação desse tipo que a Rússia possui atualmente fora da ex-União Soviética.
Os militares russos aumentaram o número e o âmbito dos seus exercícios militares, quando crescem as tensões com o Ocidente, depois da anexação da península da Crimeia por Moscovo, em 2014.
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