Sánchez defende que concórdia com Catalunha ajuda recuperação económica
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, defendeu hoje, à sua chegada à reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, a sua aposta na "concórdia" com a Catalunha como elemento capital para fazer avançar a recuperação económica.
© Dimitrios Karvountzis/Pacific Press/LightRocket via Getty Images
Mundo Espanha
Em declarações aos jornalistas, Sánchez também salientou a importância do progresso na vacinação como forma de deixar para trás a pandemia de covid-19 e, consequentemente, conseguir a recuperação económica em toda a União Europeia e, em particular, em Espanha.
Uma recuperação económica na qual disse que a "concórdia" entre os vários partidos políticos e territórios tem muito a ver.
O seu apelo à harmonia e à coexistência tem estado no centro das mensagens que lançou nos últimos dias para justificar a decisão do Governo de conceder indultos aos nove líderes independentistas catalães que estavam na prisão a cumprir penas pelo seu envolvimento na tentativa ilegal de autodeterminação da Catalunha.
Nas suas declarações, não se referiu explicitamente aos indultos ou à situação na Catalunha, mas fê-lo implicitamente, insistindo na ideia de harmonia.
"O mais importante é pedir a todas as forças políticas e também aos territórios, concórdia, porque a concórdia política e territorial fará com que a economia espanhola tenha um relançamento mais forte nos próximos meses e anos", sublinhou.
Fontes do Governo espanhol citadas pela agência Efe disseram que não se espera que Sánchez se refira à sua decisão de perdoar os líderes pró-independência nas sessões da Cimeira Europeia que vai terminar na sexta-feira.
Um assunto diferente é que à margem do Conselho Europeu se possa referir à questão catalã com outros líderes europeus que mostrem o seu interesse pelo tema.
O Conselho de Ministros espanhol aprovou na terça-feira indultos "parciais e reversíveis" a nove políticos catalães envolvidos na tentativa de independência de 2017, pretendendo abrir uma nova etapa de diálogo que se espera ponha fim à crise catalã. Esses políticos foram postos em liberdade na quarta-feira.
A decisão do executivo está longe de ter consenso na sociedade espanhola, com críticas da oposição, que vê os indultos como um "golpe para a democracia", enquanto os apoiantes pró-independência os consideram "insuficientes" e apelam à concessão de uma amnistia.
O Governo minoritário de esquerda espanhol acredita que a concessão dos indultos vai facilitar o diálogo com o executivo independentista da região da Catalunha, que tem o apoio de cerca de metade da população desta comunidade autónoma.
Os políticos catalães que organizaram em 2017 um referendo ilegal sobre a autodeterminação da região foram julgados em 2019 e estavam a cumprir penas que iam de nove até um máximo de 13 anos de prisão pelos crimes de sedição (contestação coletiva contra a autoridade) e desvio de fundos públicos.
Leia Também: Direita acusa Sánchez de dar "golpe de misericórdia na legalidade"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com