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Fonte da Saúde aponta pelo menos 64 mortos em ataque aéreo no Tigray

Pelo menos 64 pessoas morreram e 180 ficaram feridas num ataque aéreo do Exército etíope que atingiu um mercado em Togoga, região de Tigray, disse hoje uma responsável de saúde da administração regional de transição.

Fonte da Saúde aponta pelo menos 64 mortos em ataque aéreo no Tigray
Notícias ao Minuto

14:55 - 24/06/21 por Lusa

Mundo Etiópia

"Até agora, há 64 mortos e 180 feridos em Togoga. O ataque aéreo teve lugar na área do mercado, tantas, tantas pessoas ficaram feridas", disse Mulu Atsbaha, conselheira da administração regional de transição encarregada da saúde materna e infantil, citada pela agência France-Presse (AFP).

Os números baseiam-se em informações recolhidas junto dos "líderes locais e da população de Togoga", afirmou.

A administração regional foi criada pelo Governo federal em Adis Abeba após uma operação militar, em novembro, contra autoridades regionais dissidentes da Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF).

Esta operação transformou-se num conflito que durou mais de sete meses, marcado por inúmeros relatos de abusos contra civis.

Testemunhas e médicos relataram na quarta-feira numerosas vítimas civis na sequência do então movimentado mercado local de Togoga ter sido atingido por um ataque aéreo, pelas 12:00 de terça-feira, provocando a condenação da comunidade internacional.

O Exército etíope confirmou o ataque aéreo na região do Tigray, na terça-feira, mas alegou apenas ter visado combatentes leais às ex-autoridades regionais, considerando "inaceitável" a acusação de que os alvos eram civis, disse hoje uma fonte oficial.

"A operação foi realizada no dia 22 de junho contra as tropas residuais da TPLF", reunidas na aldeia de Togoga, para celebrar o que "chamam de festa dos mártires", comemoração do bombardeamento da cidade de Hawzen, em 1988, disse o coronel Getnet Adane, porta-voz do Exército etíope.

"Não há como estes [combatentes] quando dançam armados para celebrar o seu chamado Dia dos Mártires, ao mesmo tempo que se autodenominam civis quando são alvos de uma operação militar. Isto é inaceitável", acrescentou Adane, citado pela agência noticiosa francesa.

O porta-voz do Exército etíope insistiu: "É claro que os últimos combatentes da TPLF e suas milícias se vestem com roupas civis".

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019, lançou uma intervenção militar em 04 de novembro para derrubar a TPLF, partido eleito e no poder no estado, e declarou a vitória em 28 de novembro, ainda que os combates continuem.

O Exército federal etíope foi apoiado por forças da Eritreia. Depois de vários dias, Abiy Ahmed declarou vitória em 28 de novembro, com a captura da capital regional, Mekele, frente à TPLF, partido que, até à chegada de Abiy Ahmed, controlou a Etiópia durante quase 30 anos.

No entanto os combates continuaram e as forças eritreias são acusadas de conduzirem vários massacres e crimes sexuais.

A Organização das Nações Unidas pediu na quarta-feira uma "investigação rápida sobre este ataque e atos subsequentes que privam as vítimas de tratamento médico".

Em Berlim, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, afirmou hoje que a situação em Tigray é "chocante" e que "o ataque aéreo produziu muitas baixas entre os civis".

Os Estados Unidos da América também condenaram o ataque.

Leia Também: Exército alega que ataque à aldeia do Tigray teve como alvo rebeldes

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