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Comissário europeu diz que recusa da UEFA não tem "qualquer desculpa"

O vice-presidente da Comissão Europeia Margaritis Schinas considerou hoje que a decisão da UEFA de não permitir a iluminação do estádio de Munique com as cores associadas ao movimento LGBT não tem "qualquer desculpa razoável".

Comissário europeu diz que recusa da UEFA não tem "qualquer desculpa"
Notícias ao Minuto

11:50 - 23/06/21 por Lusa

Mundo Euro2020

"Tenho muita dificuldade em compreender o que a UEFA está a tentar fazer ao ir contra esta iniciativa da autarquia de Munique. Francamente, eu não encontro qualquer desculpa razoável", sublinhou o comissário com a pasta da Promoção do Modo de Vida Europeu.

Schinas falava em conferência de imprensa de apresentação de uma proposta da Comissão Europeia relativa à criação de uma Unidade de Cibersegurança Conjunta, quando foi interrogado sobre a decisão da UEFA, tendo em conta que, aquando da tentativa da criação de uma Superliga europeia, tinha-se oposto ao projeto, referindo que a diversidade era um "elemento-chave" do modelo de desporto europeu.

Sublinhando que "mantém cada vírgula" da declaração que tinha feito na altura, Margaritis Schinas acrescentou que a UEFA tem estado sempre "na vanguarda das campanhas de inclusão e de antirracismo", tendo inclusive ajudado a Comissão Europeia na promoção do processo de vacinação.

"Apoiaram todas as causas boas e, de repente, fazem disto um problema. Francamente, eu rendo-me. Não tenho nada a dizer em nome deles. Sobretudo porque recordo que, quando o Euro foi anunciado, o arco-íris também foi mostrado pela UEFA como um símbolo de inclusão", salientou Schinas.

A UEFA rejeitou, na terça-feira, o projeto da cidade de Munique para iluminar o estádio com as cores do arco-íris no jogo de hoje entre a Alemanha e a Hungria, do grupo F do Euro2020 -- que integra Portugal -, justificando que, pelos seus estatutos, "é uma organização política e religiosamente neutra".

O município presidido por Dieter Reiter pretendia iluminar a Allianz Arena com as cores do arco-íris, símbolo associado à comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero), para "enviar um sinal de cosmopolitismo, tolerância, respeito e solidariedade para com as pessoas" daquela comunidade.

Em resposta à decisão "vergonhosa" da UEFA, a autarquia decidiu decorar vários edifícios da cidade com as cores do arco-íris.

"Em Munique, não permitiremos que nos impeçam de enviar um sinal claro à Hungria e ao mundo", disse Reiter.

A iniciativa pretende manifestar apoio à comunidade LGBT na Hungria, Estado-membro da União Europeia, que aprovou recentemente uma lei que proíbe a divulgação de conteúdos sobre orientação sexual a menores de 18 anos.

Vários responsáveis europeus já reagiram à decisão da UEFA: o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, considerou que a UEFA "enviou o sinal errado" e o secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus, Clément Beaune, frisou que se trata de uma "decisão política".

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