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Putin alerta para degradação da segurança na Europa

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinalou hoje o 80.º aniversário do ataque nazi à União Soviética, saudando os heróis do país na II Guerra Mundial e pedindo esforços para fortalecer a segurança europeia.

Putin alerta para degradação da segurança na Europa
Notícias ao Minuto

16:49 - 22/06/21 por Lusa

Mundo Putin

"O dia 22 de junho ainda evoca raiva e tristeza no coração de todas as gerações, causando dor pelas vidas destruídas de milhões de pessoas. Essas provações, esses anos terríveis, estão literalmente gravados na nossa memória", afirmou Putin num discurso realizado na Campa do Soldado Desconhecido, no muro do Kremlin.

Os nazis invadiram a União Soviética em 22 de junho de 1941 e o país perdeu 27 milhões de pessoas naquela a que chama de Grande Guerra Patriótica.

O enorme sofrimento e sacrifício deixaram uma profunda cicatriz na psique nacional, e o Dia da Vitória, que marca o fim da II Guerra Mundial na Europa, celebrado na Rússia em 09 de maio, é o feriado secular mais importante do país.

As forças nazis rapidamente invadiram a parte ocidental da União Soviética e chegaram a cerca de 30 quilómetros de Moscovo, mas o Exército Vermelho recuperou e derrotou os nazis perto da capital, obtendo uma vitória esmagadora na batalha de Estalinegrado, em 1943, empurrando os alemães de volta à Europa até Berlim.

O Kremlin reivindica há muito o reconhecimento internacional dos sacrifícios da nação durante a guerra e o seu papel na vitória contra os nazis.

Num artigo publicado hoje no semanário alemão Die Zeit, Putin enfatizou que "apesar das tentativas de rescrever as páginas do passado que estão a ser feitas agora, a verdade é que os soldados soviéticos foram para a Alemanha não para se vingar dos alemães, mas com uma nobre e grande missão de libertação".

Putin saudou os esforços feitos no pós-guerra para restaurar a confiança mútua, mas culpou a expansão da NATO para o leste para incluir os países do antigo bloco soviético na Europa Central e Oriental e as ex-repúblicas soviéticas dos Balcãs pela deterioração da segurança.

"Esperávamos que o fim da Guerra Fria fosse uma vitória comum para a Europa. Mas prevaleceu uma abordagem diferente com base na expansão da NATO, uma relíquia da Guerra Fria. Catorze novos países, incluindo antigas repúblicas da União Soviética, juntaram-se à organização, destruindo efetivamente as esperanças de um continente sem linhas divisórias", prosseguiu no artigo.

Moscovo viu a expansão da NATO como uma ameaça à sua segurança, e os laços entre a Rússia e o Ocidente caíram para níveis pós-Guerra Fria, depois da anexação da Península da Crimeia pela Rússia, em 2014, que se seguiu à destituição do Presidente ucraniano amigo de Moscovo, Viktor Yanukovich.

"Todo o sistema de segurança europeu se degradou significativamente. As tensões estão a aumentar e os riscos de uma nova corrida às armas estão a tornar-se reais", continuou Putin.

O líder russo insistiu que a prosperidade e segurança na Europa só poderiam ser alcançadas através de esforços conjuntos e observou que "a Rússia é a favor do restabelecimento de uma parceria abrangente com a Europa".

"Simplesmente não nos podemos dar ao luxo de carregar o fardo de mal-entendidos, ressentimentos, conflitos e erros do passado. O nosso objetivo comum e indiscutível é garantir a segurança no continente sem linhas divisórias, um espaço comum para a cooperação equitativa e o desenvolvimento inclusivo para a prosperidade na Europa e no mundo como um todo", finalizou.

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