Trinta anos de prisão para mulher que matou empregada em Singapura
Piang Ngaih Don pesava apenas 24 kg quando morreu em 2016.
© Reuters
Mundo Singapura
Uma mulher, de Singapura, foi considerada culpada de fazer passar fome, torturar e matar a sua empregada doméstica, e foi condenada a 30 anos de prisão.
Piang Ngaih Don, de 24 anos, natural de Myanmar, pesava apenas 24 kg quando morreu, em 2016, devido aos ferimentos.
Os promotores encarregues do caso classificaram as ações de Gaiyathiri Murugayan, esposa de um agente da polícia como "cruéis e totalmente desumanas", conta a BBC.
A mulher, de 40, declarou-se culpada de uma série de acusações, incluindo homicídio culposo.
Este é um de vários casos de casos de abuso de empregadas domésticas em casas de classe alta, na cidade-estado rica, nos últimos anos. O juiz disse disse que o caso foi "um dos piores casos de homicídio culposo" e que as palavras não podem descrever com precisão o nível de abuso que a jovem teve de suportar no mês anterior à sua morte.
Durante o julgamento, o tribunal ouviu que Gaiyathiri começou a abusar da jovem a partir de outubro de 2015, logo após a chegada de Piang a Singapura, para aquele que seria o seu primeiro (e último) emprego no estrangeiro. Imagens das câmaras de videovigilância instaladas na casa mostraram os abusos que sofreu no último mês de vida, sendo agredida várias vezes ao dia, e tendo chegado a ser queimada pela mulher com um ferro de engomar.
O tribunal ouviu que as refeições da jovem geralmente consistiam em fatias de pão embebido em água, comida fria ou um pouco de arroz. Perdeu 15 kg - cerca de 38% de seu peso corporal - em 14 meses. A empregada acabou por morrer em julho de 2016 depois de ter sido repetidamente agredida, durante várias horas, por Gaiyathiri e pela mãe desta.
Um relatório da autópsia revelou que Piang morreu de privação de oxigénio no cérebro depois de ser repetidamente sufocada. Os advogados de defesa pediram uma sentença de oito ou nove anos, argumentando que a mulher sofria de depressão e transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo.
O marido - que foi suspenso do emprego de agente da polícia - e a mãe também enfrentam várias acusações relacionadas com o caso.
Singapura é o lar de cerca de 250 mil trabalhadores domésticos estrangeiros, geralmente de países como Indonésia, Myanmar ou Filipinas, sendo os casos de abuso comuns. Em 2017, um casal foi preso por matar à fome a sua empregada filipina e, em 2019, outro casal foi preso por abusar de um trabalhador de Myanmar.
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