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Acusação francesa pede 5 anos de prisão para dirigente histórico da ETA

A acusação pediu hoje cinco anos de prisão para Josu Ternera, dirigente histórico da organização terrorista basca ETA, durante um novo julgamento a decorrer em Paris que a defesa considera ter argumentos "vazios e inconsistentes".

Acusação francesa pede 5 anos de prisão para dirigente histórico da ETA
Notícias ao Minuto

23:35 - 16/06/21 por Lusa

Mundo França

Condenado a oito anos de prisão em 2017, num julgamento em que não compareceu, Josu Antonio Urrutikoetxea Bengoetxea pediu um novo julgamento pela condenação por "participação em associação terrorista", por crimes cometidos em França entre 2011 e 2013.

Com 70 anos, é considerado o 'pai' da Euskadi Ta Askatasuna [Pátria Basca e Liberdade, em português] e é acusado de ter continuado a desempenhar um papel ativo enquanto vivia na clandestinidade, mantendo a ligação aos membros da organização.

À entrada para o Tribunal Criminal de Paris, Ternera, disse, num francês perfeito com sotaque espanhol, que aquela acusação é falsa e que cortou relações com a ETA em setembro de 2006 após divergências políticas, noticia a agência AFP.

Numa audiência onde compareceram os seus filhos, o ex-membro da ETA detalhou que viveu como "lenhador" e "isolado do mundo" com uma identidade falsa numa casa em Ariège, no sudoeste de França.

E acrescentou que concordou, apesar de se manter de "fora", em participar nas negociações de paz em Oslo entre 2011 e 2013, e em ler o comunicado de imprensa da dissolução da organização em 03 de maio de 2018, "devido à sua experiência" na ETA.

Esta quarta-feira, Ternera lamentou as "perdas irreversíveis" sofridas por ambas as partes e que o fim da luta armada da ETA, anunciado em 2011, não tenha acontecido antes.

Criada em 1959, durante a ditadura de Franco, esta organização terrorista é acusada de ter matado pelo menos 853 pessoas durante quatro décadas de violência em nome da independência do País Basco.

As declarações de Josu Ternera, detido em França em 2019 após 16 anos em fuga, não convenceram o procurador, que embora tenha reconhecido que a sentença de 2017 "parecia excessiva", considerou que o arguido mantém uma "posição ambígua".

"Ele expressa pesar e ao mesmo tempo tem uma quase impossibilidade de reconhecer que os atos cometidos pela ETA são atos terroristas que semearam o terror na sociedade", frisou.

A acusação exigiu cinco anos de prisão, a proibição definitiva de estar no território francês e a inscrição do seu nome no processo de autores de crimes terroristas.

Um dos seus advogados de defesa, Laurent Pasquet Marinacce, salientou que "neste caso não há nada" e pediu a libertação do seu cliente.

"Sem armas, sem munições, sem documentos falsos, sem quantias substanciais de dinheiro encontradas durante as várias buscas. Os argumentos estão vazios e ocos", apontou, questionando que "a razão para pedir cinco anos de prisão com algo tão inconsistente".

O julgamento prossegue em 01 de setembro.

Leia Também: França anuncia que deteve alto responsável de grupo 'jihadista' no Saara

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