Desse total, 49,9% refere-se a autorizações de fornecimento a membros da União Europeia e da NATO, assim como a países com os quais a Alemanha mantém uma estreita cooperação na política de segurança e, portanto, considerados equivalentes aos da Aliança, segundo os dados definitivos publicados hoje pelo Ministério da Economia.

"As exportações para esse círculo de países são sinal da nossa lealdade à Aliança e ao bloco comunitário, o que para a Alemanha é inquestionável", sublinhou em conferência de imprensa o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.

No caso de países terceiros, a Alemanha autorizou em 2020 exportações de armas no valor de 2.920 milhões de euros, dos quais mais de 50% correspondem a grandes encomendas para o setor marítimo.

Para o Egito, que com 763,8 milhões de euros coloca-se no primeiro lugar entre os países terceiros, as exportações de submarinos e navios ascendem a 99% do valor total autorizado.

Em 2020, o valor das exportações para países terceiros foi inferior à média anual de 3.290 milhões de euros para estas regiões no período entre 2016 e 2020.

Uma porta-voz do Ministério da Economia, questionada sobre as exportações para o Egito, afirmou que o governo pratica uma política "responsável" em relação à exportação de armamento.

A mesma acrescentou que algumas forças navais que operam no Egito respondem a um interesse legítimo na política de defesa daquele país e também a nível internacional, para garantir a navegação costeira e marítima.

Por seu lado, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Adebahr, precisou que não tem "nenhuma evidência de que as forças navais egípcias estejam envolvidas no conflito no Iémen".

O valor total das exportações de armas ligeiras e componentes chegou em 2020 para 37,62 milhões de euros -- face aos 69,5 milhões de euros em 2019 -, dos quais 572.122 euros destinaram-se a países terceiros.

"Assim, foi autorizado o fornecimento de armas ligeiras quase exclusivamente ao círculo privilegiado de países constituído pelos nossos parceiros comunitários e pela Aliança, o que sublinha a política particularmente restritiva de exportação a países terceiros, no que diz respeito a armas ligeiras", pode ler-se no comunicado.

Além disso, indicou que o governo concluiu o processo de avaliação dos controlos pós-fornecimento inicialmente introduzidos de forma experimental em 2015.

Esses controlos são feitos uma fez efetuado o fornecimento e podem ser efetuados 'in situ' (no local) do destinatário estatal para verificar o destino final da mercadoria exportada.

O governo decidiu fazer uma avaliação dois anos depois do primeiro controlo e concluiu que se trata de um instrumento útil, por isso está previsto manter e continuar a desenvolver esses controlos, acrescentou o ministério.

Seibert sublinhou a importância da "transparência" para o governo nas decisões sobre exportações de armamento e acrescentou que a publicação periódica deste relatório contribui para um debate "objetivo e fundamentado" sobre este tema.

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