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Myanmar: ONU denuncia existência de 200 mil deslocados

Mais de 200 mil birmaneses tiveram de abandonar os seus locais de residência devido aos confrontos entre o exército, milícias civis e grupos de guerrilha, após o golpe de Estado de 01 de fevereiro, anunciou hoje a ONU.  

Myanmar: ONU denuncia existência de 200 mil deslocados
Notícias ao Minuto

10:17 - 16/06/21 por Lusa

Mundo Myanmar

De acordo com o organismo das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCAH), há 108.800 deslocados internos no estado de Kayah (onde vive a maior parte da minoria étnica Karen), onde o exército de Myanmar (antiga Birmânia) se envolveu em confrontos com a autodenominada Força de Defesa do Povo Karen, grupo armado formado após o golpe de Estado.

A milícia de etnia Karen declarou na terça-feira um cessar-fogo temporário perante a crise humanitária que afeta milhares de deslocados, incluindo crianças e idosos, que precisam de alimentos, medicamentos e abrigos adequados.

A violência que se seguiu ao golpe de Estado militar provocou dezenas de milhares de deslocados internos nos estados de Kayin e Chin.

Nos estados de Shan e Kachin os combates mais recentes agravaram o conflito étnico, que se prolonga há várias décadas. 

O OCAH assinalou que um milhão de pessoas necessita de ajuda urgente, alertando que apenas dispõe de 94 milhões de dólares (cerca de 77 milhões de euros) dos 267 milhões de dólares (220 milhões de euros) necessários para os programas de auxílio. 

O exército birmanês justificou o golpe de Estado com uma alegada fraude eleitoral nas legislativas de novembro de 2020 que deram a vitória à Liga Nacional para a Democracia e que foram consideradas válidas pelos observadores internacionais.

Logo após o golpe de Estado, os cidadãos birmaneses responderam com um movimento de desobediência civil e com manifestações que foram severamente reprimidas pelos soldados e polícias, que usaram equipamento militar contra civis desarmados.

Pelo menos 864 civis morreram desde o dia 01 de fevereiro, vítimas da repressão das forças de segurança contra as manifestações pacíficas, de acordo com a Associação para o Auxílio dos Presos Políticos, que denuncia ainda a detenção de mais de 4.800 pessoas. 

Na sequência da repressão muitos manifestantes decidiram formar milícias armadas, que lutam contra o exército e que, em muitos casos, são apoiadas pelos grupos de guerrilha que lutam há várias décadas por mais autonomia no país.

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