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Filme sobre Christchurch criticado por se focar na resposta de Ardern

Filme de Andrew Niccol é acusado de sonegar as vozes da comunidade muçulmana, alvo do ataque terrorista, colocando em destaque a primeira-ministra neozelandesa.

Filme sobre Christchurch criticado por se focar na resposta de Ardern
Notícias ao Minuto

19:16 - 14/06/21 por Notícias ao Minuto

Mundo Christchurch

O filme que está a ser planeado sobre os ataques terroristas em Christchurch, na Nova Zelândia, está a ser alvo de críticas por parte da comunidade muçulmana, que denuncia a decisão da realizadora em focar a longa-metragem na resposta da primeira-ministra, Jacinda Ardern, ao invés de retratar a dor e a resiliência da comunidade.

As críticas resultaram numa petição a pedir o cancelamento do filme, já assinada por mais de 60 mil pessoas.

Sublinhe-se que o atentado supremacista a duas mesquitas, em 2019, culminou na morte de 51 muçulmanos.

Alguns muçulmanos entrevistados pelo New York Times indicaram que o filme, conforme está elaborado, exploraria o trauma da população ao mesmo tempo que fomentaria a "salvação branca", tornando a primeira-ministra na personagem principal, algo que definem como "extremamente doloroso" e em linha com o hábito de marginalizar a voz das comunidades minoritárias.

A primeira-ministra neozelandesa já divulgou um comunicado onde se distancia do filme, para o qual garante não ter sido consultada. A autarca de Christchurch, por seu turno, indicou que a equipa de rodagem não seria bem-vinda na cidade. Um produtor neozelandês que estava envolvido na longa-metragem desistiu da produção esta segunda-feira.

A longa-metragem, que foi anunciada na semana passada, chama-se 'They Are Us', um título que foi inspirado num dos discursos de Jacinda Ardern à população após os ataques terroristas. 

A personagem principal, a primeira-ministra, seria interpretada pela atriz australiana Rose Byrne. O realizador é o neozelandês Andrew Niccol (realizador de 'Gattaca' e argumentista de 'The Truman Show'). Em entrevista à Deadline, disse que que "o filme é sobre a nossa humanidade comum" e que é "um exemplo de como devemos agir quando há um ataque contra seres humanos".

Leia Também: Macron e Ardern anunciam cimeira contra o discurso do ódio na internet

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