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UE/EUA: Primeira cimeira em quatro anos com pandemia e comércio na agenda

Os líderes da União Europeia (UE) reúnem-se na terça-feira em Bruxelas com o Presidente norte-americano, Joe Biden, na primeira cimeira desde 2017, que será focada na recuperação da crise sanitária e económica pós-pandémica e na melhoria das relações comerciais.

UE/EUA: Primeira cimeira em quatro anos com pandemia e comércio na agenda
Notícias ao Minuto

15:52 - 14/06/21 por Lusa

Mundo UE/EUA

Durante aquela que é vista como uma viagem histórica de Joe Biden à Europa, os líderes da UE e dos Estados Unidos voltam a sentar-se presencialmente à mesa depois de a última cimeira ter acontecido em maio de 2017.

A cimeira foi então protagonizada pelos anteriores presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e pelo então recém-chegado 45.º Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cujo tempo à frente da Casa Branca corroeu profundamente as relações entre Washington e Bruxelas.

Nesta cimeira, a UE estará representada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, esperando-se que uma declaração conjunta seja assinada no final da reunião.

Em cima da mesa está, principalmente, a pandemia de covid-19, numa altura em que ambos os blocos tentam avançar na vacinação com vista à imunidade coletiva e à retoma económica.

Mas se existe consenso entre Bruxelas e Washington sobre a partilha de vacinas com os países de baixo rendimento (através do mecanismo COVAX), tendo cada bloco contribuído já com três mil milhões de euros, o mesmo não se aplica à suspensão temporária patentes dos fármacos para facilitar a produção, área na qual é notório o desacordo.

No início deste mês de junho, a UE apresentou propostas para um acordo multilateral na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre maior oferta de vacinas anticovid-19, propondo "licenças obrigatórias" nacionais, mas sem apoiar o levantamento das patentes sugerido pelos Estados Unidos.

Em causa está a iniciativa lançada pela Índia e pela África do Sul em outubro de 2020 no seio da OMC com vista à suspensão das patentes das vacinas contra a covid-19, à qual Joe Biden deu o seu apoio no início maio.

De ambos os lados do Atlântico surgiram, isso sim, pedidos para exigir transparência da China sobre a origem da pandemia, de forma a entender como surgiu o vírus SARS-CoV-2.

Joe Biden, que tomou posse em janeiro deste ano, chegou mesmo a reverter a decisão de Donald Trump de sair da Organização Mundial de Saúde, evitando a decisão que tinha desagradado à UE.

Também decidido por Biden foi o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris contra as alterações climáticas, esperando-se avanços nesta cimeira para uma abrangente agenda 'verde' transatlântica, com um compromisso conjunto para a neutralidade carbónica até 2050.

A resposta económica à crise gerada pela pandemia também estará em cima da mesa nesta cimeira, com o pacote de recuperação norte-americano a valer perto de 1,5 biliões de euros e o europeu a ascender aos 1,8 biliões de euros até 2027.

Em termos comerciais, Bruxelas e Washington têm inclusive a maior relação comercial bilateral do mundo, representando em conjunto 42% do PIB (produto interno bruto) global e do comércio mundial de bens e serviços.

Porém, com Donald Trump à frente da administração norte-americana, a relação comercial dos blocos foi marcada pela imposição de tarifas retaliatórias nos últimos anos, de 25% sobre as importações de aço da UE e de 10% sobre o alumínio.

Com a chegada de Joe Biden, a situação mudou, tendo o Presidente norte-americano acordado em março passado com a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, a suspensão de pesadas tarifas retaliatórias impostas após ajudas públicas à aviação, classificando este como um "novo começo" comercial.

Em causa está a disputa comercial entre Washington e Bruxelas por causa de ajudas públicas à aviação norte-americana (Boeing) e europeia (Airbus), que já dura há vários anos, e no âmbito da qual a OMC já declarou como culpados tanto os Estados Unidos como a UE.

Já em meados de maio, a UE e os Estados Unidos iniciaram discussões para acabar com as disputas comerciais no seio da OMC, tendo o bloco comunitário suspendido temporariamente as tarifas às importações de aço, medidas de salvaguarda que entraram em vigor em 2019 após limitações comerciais norte-americanas aos produtos siderúrgicos europeus.

No que toca à relação diplomática, a UE e os Estados Unidos representam 780 milhões de pessoas que partilham valores democráticos, bem como uma participação no sistema multilateral global baseado em regras e, nos últimos 60 anos, têm trabalhado em conjunto para promover valores comuns, incluindo a paz, a liberdade e o Estado de direito.

A declaração final da cimeira deverá incluir referências à China e à Rússia, bem como outras questões geopolíticas.

Joe Biden venceu as eleições presidenciais nos Estados Unidos em novembro passado e em março deste ano já teve uma breve participação num Conselho Europeu por videoconferência.

Leia Também: Conselho da UE adota fundo de18 mil milhões para administração interna

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