Ivan Jdanov, 32 anos, aparece agora naquela lista divulgada no 'site' do Ministério do Interior russo e consultada hoje pela agência France-Presse. Segundo esta fonte, o militante é "procurado por um caso penal", sem mais pormenores.
Um tribunal de Moscovo classificou na quarta-feira de "extremistas" as três organizações do movimento de Navalny, entre as quais o Fundo de Luta Contra a Corrupção (FBK, dirigido por Ivan Jdanov), o que leva ao seu encerramento.
Advogado de formação, Jdanov dirigia desde 2018 o FBK, responsável nos últimos anos por investigações sobre desvio de fundos e corrupção das elites russas.
Jdanov encontra-se na Lituânia, depois de ter deixado a Rússia face à crescente repressão do movimento de Navalny, condenado a dois anos e meio de prisão no final de fevereiro num caso de fraude, que considera político.
Navalny voltou em janeiro à Rússia, após vários meses de tratamento e convalescença na Alemanha, na sequência de um grave envenenamento pelo qual responsabiliza o Presidente Vladimir Putin e os serviços secretos russos.
"Sou procurado menos de dois dias depois de o FBK ter sido declarado uma organização extremista", comentou hoje Jdanov na rede social Instagram, adiantando não saber por que motivo está a ser processado.
"Os apoiantes de Navalny ou são procurados ou estão na prisão. Está tudo claro", ironizou.
O pai do ativista, Iuri Jdanov, está em prisão preventiva desde o final de março num caso de alegada fraude. Segundo o filho, arrisca até 10 anos de prisão.
De acordo com a agência noticiosa espanhola EFE, para alterar a situação na Rússia, Ivan Jdanov apelou aos russos para apoiarem a iniciativa do "voto inteligente", idealizada por Navalny, nas eleições legislativas de setembro, que consiste em apoiar o candidato que tenha mais hipóteses de derrotar o representante do partido no poder, o Rússia Unida.
Leia Também: Ativistas russos. Medina 'debaixo de fogo' por "erro lamentável na CML"