O membro muçulmano da Presidência da Bósnia e Herzegovina, Sefik Dzaferovic, declarou em Sarajevo que "o mundo civilizado só o recordará como um criminoso de guerra, nada mais".
"Mladic é um dos principais autores de genocídio e recebeu uma merecida sentença", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Bósnia, Bisera Turkovic, acrescentando que "só com base na verdade e na justiça se pode construir uma paz e estabilidade duradouras".
A ministra defende a proibição, por lei, de negar o genocídio em Srebrenica, algo que tanto os líderes políticos na Bósnia, como na Sérvia estão a fazer.
Milorad Dodik, representante da comunidade sérvia da Bósnia na Presidência do país, disse que a sentença "contribuiu para o reforço da desconfiança entre os povos".
"A confiança na justiça internacional desmoronou-se", disse Dodik, que insistiu que não foi cometido um genocídio em Srebrenica.
O político sérvio Mirko Sarovic também acusou o MPTI de condenar apenas militares e políticos sérvios e de absolver muçulmanos e croatas bósnios, acusando-os de terem matado 30.000 pessoas durante a guerra civil.
O Mecanismo para os Tribunais Penais Internacionais (MTPI) ratificou hoje a condenação contra Mladic pelo massacre de Srebrenica, no qual morreram cerca de 8.000 muçulmanos, e por outros crimes de guerra e crimes contra a Humanidade cometidos na guerra civil bósnia (1992-1995).
Conhecido também pelo "carniceiro dos Balcãs", o antigo general foi condenado em primeira instância em 2017, nomeadamente pelo massacre em Srebrenica, o pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, considerado como um ato de genocídio pela justiça internacional.
A sentença, proferida por cinco juízes do MTPI, que substituiu o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ) após o seu encerramento em 2017, é definitivo e não pode mais ser objeto de recursos.
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