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Lituânia acusa Bielorrússia de estar por trás do fluxo de migrantes

A Lituânia considerou hoje que a Bielorrússia está a protagonizar uma "guerra híbrida" com Vílnius, depois de ter detido um grupo de nove iraquianos que entrou no domingo no país báltico, através da fronteira bielorrussa, e pediu asilo político.

Lituânia acusa Bielorrússia de estar por trás do fluxo de migrantes
Notícias ao Minuto

16:22 - 07/06/21 por Lusa

Mundo Lituânia

O grupo é mais um dos vários de migrantes que estão a atravessar a fronteira via Bielorrússia, a quem a Lituânia acusa de estar envolvida no elevado fluxo de migrantes que têm entrado no país.

"É óbvio que está a ser travada uma guerra híbrida contra a Lituânia e os fluxos de migração ilegal são um dos meios", disse a ministro da Administração Interna lituana, Agne Bilotaite. 

A Lituânia criticou o país vizinho por causa da "brutal repressão" registada na Bielorrússia após as eleições presidenciais de 2020 e acolhe muitos representantes da oposição bielorrussa, entre os quais a líder Svetlana Tikhanovskaia.

"Os fluxos de migrantes ilegais que estão a entrar na Lituânia não são apenas casos aleatórios. Estão bem organizados. Há voos de Bagdade e de Istambul para Minsk", disse a ministra, referindo-se aos iraquianos que voam para a Bielorrússia a partir das duas cidades.

A Lituânia acusa a guarda fronteiriça da Bielorrússia de estar a esconder o rasto dos migrantes, referindo que isso "mostra que os próprios funcionários podem estar a cooperar nesses processos", afirmou Bilotaite, acrescentando que Vílnius está, em coordenação com as Forças Armadas, a elaborar planos para enfrentar a situação da migração.

Na semana passada, 52 migrantes foram detidos por funcionários da fronteira lituana, na maioria cidadãos oriundos do Iraque, Síria, Rússia e da própria Bielorrússia, tendo imediatamente pedido asilo político.

Desde o início do ano, cerca de 160 pessoas, principalmente iraquianos, entraram na Lituânia vindos da Bielorrússia - o que é três vezes mais do que em todo o ano de 2020. Em 2019 chegaram 46 e em 2018 outros 104.

Os dois países, ambos anteriormente parte da esfera soviética, partilham uma fronteira comum de quase 680 quilómetros, que serve como fronteira externa da União Europeia (UE).

O apoio da Lituânia à oposição bielorrussa é antigo e a capital, Vílnius, já se tornou um centro para os bielorrussos no exílio. 

Em 2020, a nação báltica deu abrigo a Tikhanovskaia, a líder da oposição e principal adversária de Alexander Lukashenko nas eleições de 09 de agosto de 2020, que permitiu ao Presidente cessante prolongar por mais um mandato os 26 anos que já leva no poder.

Várias organizações não-governamentais bielorrussas também se mudaram para Vílnius, que abriga também uma universidade que Lukashenko proibiu na Bielorrússia.

Nas últimas semanas, os dois países expulsaram vários diplomatas.

Em maio, a UE impôs sanções à Bielorrússia, incluindo a proibição das companhias aéreas de utilizar o espaço aéreo e aeroportos dos 27, como medida para penalizar Minsk pelo desvio forçado de um avião comercial de passageiros a caminho de Vílnius com o objetivo de prender Roman Protasevich, um opositor de Lukashenko. 

O Presidente bielorrusso advertiu que Minsk vai retaliar face às mais recentes sanções da UE, relaxando sobretudo os controlos de fronteira contra a migração ilegal para o Ocidente e o tráfico de drogas. 

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