Na missão, que visa descobrir planetas do tipo terrestre fora do Sistema Solar, participam o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) e o Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa.
Em comunicado, o CAUP refere que o PLATO, sistema europeu de observação do espaço (Planetary Transits and Oscillations of stars), vai observar e caracterizar "um grande número de estrelas relativamente próximas" e nelas "procurar super-terras e planetas do tipo terrestre que orbitem na zona de habitabilidade de estrelas do tipo solar".
Segundo o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, a meta da missão é "descobrir quão comum é a formação de planetas como a Terra e, posteriormente, usar esses dados para descobrir se possuem as condições necessárias para o aparecimento de vida".
O PLATO, composto por 34 telescópios individuais de 12 centímetros cada, que ficará em órbita a 1,5 milhões de quilómetros da Terra, "vai ainda medir oscilações nas estrelas-mãe destes exoplanetas [planetas fora do Sistema Solar] com técnicas de asterossismologia", que "estuda o interior das estrelas através da sua atividade sísmica medida à superfície".
A nota do CAUP adianta que, a partir das curvas de luz obtidas pelo PLATO, será possível determinar as frequências de mais de 80 mil estrelas. As frequências "serão usadas para inferir os raios, as massas e as idades das estrelas", elementos considerados "essenciais para a caracterização dos sistemas exoplanetários e dos planetas que os compõem".
A missão, com uma duração inicial de seis anos, segundo a ESA, propõe-se elaborar o primeiro catálogo com as características dos planetas extra-solares confirmados, como raio, densidade, composição, atmosfera e estágio da sua evolução.
De acordo com o CAUP, o Comité do Programa Científico da ESA aprovou também hoje a missão CHEOPS, de um satélite de caracterização de exoplanetas, em cuja construção participa a empresa aeroespacial portuguesa DEIMOS Engenharia.
Com lançamento previsto para 2017, o CHEOPS ficará em órbita entre 620 e 800 quilómetros da Terra, de onde "observará estrelas brilhantes, à volta das quais já se conhecem planetas, determinando o diâmetro destes com grande precisão".