Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
18º
MIN 13º MÁX 19º

China condena velas acesas nas representações dos EUA e da UE

A China condenou hoje que as velas acesas nas representações dos Estados Unidos e da UE em Hong Kong para assinalar os protestos em Tiananmen foram um "espetáculo político desajeitado" para desestabilizar o território.

China condena velas acesas nas representações dos EUA e da UE
Notícias ao Minuto

08:24 - 05/06/21 por Lusa

Mundo Hong Kong

"Qualquer tentativa de explorar Hong Kong para realizar atividades de infiltração ou sabotagem contra o continente [China] atravessa a linha vermelha (...) é absolutamente intolerável", salientou um porta-voz do gabinete de Hong Kong do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

"Instamos novamente os órgãos dos países envolvidos em Hong Kong a pararem imediatamente (...) de se intrometer nos assuntos de Hong Kong e nos assuntos internos da China em geral, e evitarem brincar com o fogo", advertiu.

As autoridades chinesas referiam-se a várias velas que foram acesas na sexta-feira à noite nas janelas do edifício do consulado dos Estados Unidos, vizinho da residência da chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e na representação da UE.

Estas missões diplomáticas também publicaram fotografias das homenagens nas redes sociais.

Na sexta-feira, assinalaram-se 32 anos que o exército chinês avançou, em 04 de junho de 1989, com tanques para dispersar protestos pacíficos liderados por estudantes, causando um número indeterminado de mortos, no chamado "massacre de Tiananmen" e que Pequim não reconhece.

Durante três décadas em Hong Kong, enormes multidões fizeram vigílias em 04 de junho, em memória das vítimas.

Este ano, as autoridades de Hong Kong proibiram a concentração, dando como razão as medidas sanitárias contra a covid-19, e fecharam os acessos ao parque Vitória na sexta-feira, local onde decorria todos os anos a vigília. A cidade não regista um único caso de contaminação local em mais de um mês.

Mas alguns residentes de Hong Kong encontraram outras formas de assinalar o 32.º aniversário, acendendo pequenas luzes nas ruas ou nas janelas à noite.

No ano passado, a vigília também foi proibida pelas autoridades de Hong Kong devido à pandemia.

No entanto, dezenas de milhares de pessoas desafiaram a proibição e foram tomadas medidas legais contra 24 elementos do movimento pró-democracia no território.

Um deles, o ativista de Hong Kong Joshua Wong foi condenado, em 06 de maio, a dez meses de prisão por participar na vigília anual.

Para o tribunal, "a Lei Básica [que funciona como uma mini-Constituição de Hong Kong] garante a liberdade de reunião, mas também prevê que esta liberdade e estes direitos não são absolutos e estão sujeitos a restrições, independentemente do estatuto dos participantes".

Na decisão, o juiz afirmou não poder ignorar que, na altura da vigília, Hong Kong ainda estava a sofrer o impacto das manifestações antigovernamentais que tomaram as ruas da cidade semiautónoma chinesa em 2019.

A vigília anual em Hong Kong, cidade que em 1989 acolheu um grande número de manifestantes que fugiram à repressão na China continental, era a maior comemoração mundial em memória dos protestos de Tiananmen e realizava-se desde 1990.

Pela primeira vez em 30 anos, as autoridades alegaram o risco pandémico para proibir a vigília em Hong Kong, tal como em Macau, os únicos locais da China onde as autoridades têm permitido a realização de concentrações para recordar a morte de estudantes que se juntaram em Pequim para exigir reformas democráticas.

Leia Também: Hong Kong: Parque Vitória vazio pela 1.ª vez em 32 anos. Veja as imagens

Recomendados para si

;
Campo obrigatório