Irão. Khamenei diz que não votar é fazer a vontade aos inimigos do Islão
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, apelou hoje à participação nas presidenciais, afirmando que "não votar" no dia 18 de junho é fazer a vontade aos "inimigos do Islão".
© Reuters
Mundo Irão
A campanha eleitoral começou na semana passada numa atmosfera de indiferença e perante a inquietação de vários responsáveis políticos, que receiam uma elevada abstenção.
"Alguns querem baixar os braços e renunciar ao dever de participar nas eleições sob pretextos absurdos. Esta é a vontade dos inimigos, dos inimigos do Irão, dos inimigos do Islão e dos inimigos da 'democracia religiosa'", disse o 'ayatollah' Khamenei num discurso transmitido hoje pela televisão.
Khamenei afirmou que os iranianos podem fazer face às dificuldades e à crise, sublinhando que os "problemas resolvem-se com boas escolhas e não escolhendo a abstenção".
Khamenei citou o 'ayatollah' Khomeini, fundador da República Islâmica, em 1979, segundo o qual a abstenção eleitoral "pode ser um pecado" e mesmo um "pecado mortal".
No passado dia 27 de maio, Khamenei já tinha exortado os iranianos a "não prestarem atenção" aos apelos ao boicote eleitoral, referindo-se a campanhas difundidas através das redes sociais.
O ambiente no país é de descontentamento relacionado com a grave crise económica e social provocada pelas sanções norte-americanas aplicadas pela Administração Trump que abandonou o acordo internacional sobre energia nuclear em 2018.
A escassez de representatividade relativa ao número de candidaturas tem sido criticada no país e não contribuiu para reforçar o interesse na eleição que autorizou sete candidatos: cinco ultraconservadores e dois reformistas.
O ultra conservador Ebrahim Raissi, chefe da Autoridade Judicial, que obteve 38% dos votos nas presidenciais de 2017 é apontado como o favorito.
O atual Presidente, Hassan Rohani, impedido de se recandidatar, e outros líderes ligados ao poder receiam uma abstenção próxima dos 57% registada nas legislativas de 2020.
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