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Burocracia está a atrasar o repatriamento dos menores em Ceuta

O Governo de Marrocos abordou hoje pela primeira vez nas últimas semanas o problema das centenas de menores marroquinos não acompanhados que se encontram em Ceuta, atribuindo-o aos "complexos procedimentos administrativos e judiciais em diversos países europeus".

Burocracia está a atrasar o repatriamento dos menores em Ceuta
Notícias ao Minuto

17:50 - 01/06/21 por Lusa

Mundo Marrocos

Os ministros do Interior, Abdeluafi Laftit, e dos Negócios Estrangeiros, Naser Burita, convocaram hoje os 'media' estrangeiros para divulgar, sem admitir perguntas, um comunicado conjunto no qual asseguram que o Rei Mohamed VI se interessou pessoalmente pela questão dos menores que se encontram no enclave espanhol de Ceuta e "pediu que se resolva em definitivo".

Os ministros referiram "lamentar que a questão migratória, incluindo a dos menores não acompanhados, seja utilizada para iludir as verdadeiras causas da atual crise com Espanha", sobretudo relacionada com a atitude de Madrid em relação ao conflito no Saara Ocidental, segundo esclareceu na segunda-feira o ministério dos Negócios Estrangeiros.

O comunicado conjunto, citado pela agência noticiosa Efe, acrescenta que Marrocos "se reserva no direito de fornecer, no seu momento, respostas adequadas às acusações infundadas do Governo espanhol".

Na segunda-feira, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez emitiu palavras particularmente duras dirigidas a Marrocos, pela sua gestão da questão migratória.

"Não é admissível que exista um Governo que ordene que se ataquem as fronteiras, neste caso de Espanha, que se abram as fronteiras e entrem 10.000 migrantes em menos de 48 horas numa cidade espanhola como é Ceuta, por desavenças, diferenças e discrepâncias em política externa".

Por seu turno, o Governo marroquino ainda não se pronunciou sobre o desfecho do primeiro interrogatório ao líder da Frente Polisário, Brahim Ghali, pelo juiz da Audiência Nacional de Espanha Santiago Perez, que prescindiu da aplicação de medidas cautelares, nem sobre o incidente do avião argelino que teve de regressar ao país ao tentar entrar em Espanha com o alegado objetivo de repatriar Ghali.

O dirigente saarauí, com 71 anos segundo a Polisário, foi citado a comparecer por uma queixa por "torturas" depositada por um dissidente da Polisário naturalizado espanhol.

O seu internamento num hospital de Logroño, comunidade de Rioja (norte do país) em finais de abril, sob identidade falsa, provocou uma forte reação de Rabat, que ripostou ao relaxar os seus controlos fronteiriços em meados de maio, permitindo a entrada de milhares de migrantes marroquinos e subsaarianos em Ceuta, situado no norte do reino alauita.

A Polisário milita pela independência do Saara Ocidental, antiga colónia espanhola anexada por Rabat em 1975 e controlada na sua maior parte por Marrocos, que propõe uma autonomia sob a sua soberania.

Após cerca de 30 anos de cessar-fogo, as hostilidades entre os dois campos recomeçaram em meados de novembro. O processo de resolução política do conflito, mediado pela ONU, está bloqueado desde a primavera de 2019.

Leia Também: Marrocos reforça segurança nos acessos a Ceuta para evitar migrações

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