Cabul e talibãs devem retomar negociações de paz no Qatar em breve
O Governo afegão e os talibãs devem retomar em breve, no Qatar, as conversações de paz, num impasse há cerca de cinco meses, destinadas a pôr fim a quase duas décadas de conflito no Afeganistão, indicaram hoje fontes oficiais.
© Getty Images
Mundo Afeganistão
"Está previsto que as conversações intra-afegãs se retomem no ponto em que pararam" em janeiro deste ano, indicou à agência noticiosa espanhola EFE a porta-voz do Ministério da Paz do Afeganistão, Najia Anwari
Segundo a porta-voz, vários membros da equipa negocial afegã, que tem estado a aguardar a retoma das conversações em Cabul, partem terça-feira para o Qatar, devendo os restantes seguir logo que possível.
Anwari sublinhou que ambas as partes vão retomar o diálogo com base nos "pontos da agenda que já se discutiram", com o objetivo de que as conversações possam resultar "frutíferas para o povo do Afeganistão".
Numa reunião preparatória da reunião, realizada há poucos dias, tanto o Governo afegão como os talibãs destacaram que o reinício das negociações estaria para breve.
Por sua vez, o porta-voz político dos Talibãs, Naeem Wardak, confirmou também à Efe a intenção do movimento retomar as negociações.
"Estamos prontos para conversas e não há nenhum problema da nossa parte", afirmou.
As negociações intra-afegãs, que começaram a 12 de setembro de 2020, foram precedidas pelo acordo histórico que os Estados Unidos e os talibãs assinaram em fevereiro do ano passado, também no Qatar, no qual Washington prometeu retirar as suas tropas em 14 meses (algo que está atrasado até setembro).
Como contrapartida, os talibãs concordaram em reduzir drasticamente a violência e a participar de negociações que permitiriam pôr termo a quase 20 anos de guerra.
No entanto, as negociações entraram num impasse em janeiro passado, depois de os talibãs terem insistido em adiantar algumas das partes do acordo com os Estados Unidos, como a libertação de mais 7.000 prisioneiros e a retirada dos nomes de seus líderes da "lista negra" das Nações Unidas.
Leia Também: Reino Unido acelera acolhimento de afegãos que ajudaram tropas britânicas
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com