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Partidos dinamarqueses exigem explicações sobre espionagem da NSA

Dois partidos de esquerda na Dinamarca pediram hoje explicações aos ministros da Defesa e da Justiça após notícias sobre o alegado o envolvimento dinamarquês nas escutas dos Estados Unidos a líderes europeus.  

Partidos dinamarqueses exigem explicações sobre espionagem da NSA
Notícias ao Minuto

11:33 - 31/05/21 por Lusa

Mundo Espionagem

De acordo com a investigação realizada pela televisão pública da Dinamarca, DR, e outros meios de comunicação social europeus, nomeadamente o jornal francês Le Monde, a Agência Nacional de Segurança (NSA), dos Estados Unidos, realizou entre 2012 e 2014 escutas ilegais às comunicações da chanceler alemã Angela Merkel e a Frank-Walter Steinmeier, então ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, atual Presidente. 

As notícias referem ainda que o social-democrata alemão Peer Steinbruck e altos dirigentes da França, Suécia e Noruega também foram alvo de vigilância por parte da NSA em suposta colaboração com os serviços de informações de Copenhaga.   

"Isto faz com que políticos da Suécia, Noruega e Alemanha, nossos parceiros, não possam confiar na Dinamarca. Trata-se de um grande problema e, ainda para mais, se aceitou (atuar) 'de olhos abertos'", disse Eva Flyvholm, porta-voz para os assuntos de Defesa da Lista Unitária, um dos aliados do Executivo social-democrata dinamarquês.  

O Partido Popular Socialista, outra formação política aliada do Governo minoritário da Dinamarca, liderado pela social-democrata Mette Frederiksen, apresentou também um pedido para a presença no parlamento dos titulares das pastas da Defesa, Trine Bramsen, e da Justiça, Nick Haekkerup. 

A estação de televisão DR cita nove fontes de informação, não identificadas, que tiveram acesso ao relatório dos serviços de informações da Dinamarca - Forsvarets Efterretningstjeneste - FE. 

O documento de 2015 concluiu que a NSA espiou políticos de países vizinhos da Dinamarca aproveitando a colaboração dos serviços de informações e os recursos de Copenhaga. 

O relatório foi enviado à direção do FE sem que, aparentemente, se tivessem registado consequências. 

O organismo encarregado de controlar o FE abriu uma investigação em 2018, depois de receber um aviso de um informador, tendo emitido, em agosto de 2020, duras críticas às práticas dos serviços de informações de Copenhaga.

O relatório do ano passado não cita as escutas da NSA, mas provocou a indignação de vários políticos dinamarqueses que acabaram por impulsionar a criação de uma comissão parlamentar sobre o assunto.

Até ao momento, nenhum organismo dinamarquês alegadamente envolvido comentou as últimas revelações. 

"O governo não pode falar de especulações sobre temas relacionados com informações, que são tratados pelas respetivas comissões parlamentares", disse Bramsen num breve comunicado enviado à DR.

Mesmo assim, Bramsen acrescenta na mesma nota que o atual Governo tem a mesma posição demonstrada em 2012 e 2014 pela então primeira-ministra social-democrata, Helle Thorning-Schmidt.

"As escutas sistemáticas de aliados são inaceitáveis", refere.  

O escândalo de espionagem que envolve os Estados Unidos e que visava Angela Merkel e outros líderes europeus foi inicialmente revelado em 2013 e afetou as relações entre Berlim e Washington, na altura da Administração de Barack Obama. 

O caso de espionagem foi inicialmente revelado por Edward Snowden, ex-agente da NSA e que se encontra fugido na Rússia desde o momento em que publicou dados sobre o sistema de escutas dos serviços de informações dos Estados Unidos.

Várias investigações jornalísticas têm revelado práticas de espionagem da NSA desde os anos 1990 e que visavam líderes políticos e o Banco Central Europeu.

Entretanto, o Governo francês disse que vai verificar se altos funcionários de Paris foram também alvo de espionagem norte-americana com a suposta colaboração da Dinamarca, considerando "extremamente grave" caso as informações se confirmem.

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Clément Beaune, disse hoje à rádio France Info que a França vai "verificar os dados" que disse serem "potencialmente graves".

Leia Também: França averigua atos de espionagem dos EUA com 'colaboração' da Dinamarca

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